07 fevereiro 2016

2016 é um bom ano para investir em imobiliário?


Real Estate, IMOnews Portugal, habitação, imobiliário, yield, arrendamento
Este é o Ano do Macaco e o ano novo começa a 8 de fevereiro. O macaco, símbolo de ambição, é o animal mais auspicioso do horóscopo chinês. O ano pertence ao elemento Fogo, portanto, é o ano do Macaco de Fogo e a cor da sorte para. 2016 é o vermelho. As fortes motivações financeiras e o sucesso estarão no ar e o elemento fogo propicia ainda mais a vitalidade e a inovação nos negócios.


No entanto o ano transacto deixou lastro e fortes desconfianças na vitalidade da economia portuguesa e do sistema financeiro. Além do caso Banif, que acabou mal, debaixo do nosso nariz quase 2.000 milhões de euros de obrigações seniores passaram do Novo Banco para o BES, "banco mau", confiscando, na prática, valores detidos maioritariamente por importantes investidores internacionais. Esta última pode ser a mais grave decisão financeira tomada pelo Estado português desde as nacionalizações de 76. 

Os impactos de tais decisões serão seguramente negativos levando a uma maior desconfiança no sistema financeiro e na economia, maior grau de risco e logo mais elevadas taxas de juro e dificuldade de financiamento a médio e longo prazo. Para já, o ano começa com forte volatilidade na bolsa, perda de valor do PSI-20 e aumento da taxa de juro das obrigações do tesouro a 10 anos, revelando maior incerteza. 

Por seu turno, o investidor privado tem muito poucas opções atrativas para aplicar as suas poupanças. Os depósitos a prazo oferecem, na generalidade, bastante menos de 1% ao ano. Os certificados de aforro oferecem atualmente 0,87% ao ano para no novas subscrições e outras aplicações de baixo risco estão também próximas de zero.

Eis então que volta a opção de investir em imobiliário, para uso próprio ou para arrendamento, cuja rentabilidade oscila entre 3 e 5%/ano, em média. As vendas de habitação retomaram já os volumes de 2010/2011 e os preços registam variações médias anuais muito positivas e perto de 2,5%.

Em simultâneo, o novo crédito à habitação disparou, registando um crescimento médio mensal de 5% em 2015, regressando a volumes concedidos de há cinco anos, fazendo "aquecer" ainda mais o mercado.

Existirão ainda boas oportunidades no mercado? Julgamos que sim até porque os bancos e fundos de investimento ainda têm muitos imóveis em carteira que terão de vender. 

No entanto, uma análise risco/rendimento por zona e tipo de imóvel é imperativa até porque muitas zonas periurbanas entraram num regime de depressão prolongada. Os imóveis mais centrais e atrativos são aqueles que mais subiram e portanto em zonas centrais ou privilegiadas em termos de localização, vista ou estruturas de suporte as oportunidades irão começar a escassear. 

Apesar da incerteza nos mercados internacionais e no país, este ano será um ano de fortes decisões e incremento do consumo. Espera-se ainda um incremento no investimento e consumo de bens duradouros, entre os quais a habitação. Mas não nos iludamos. A prosperidade sustentada não está ao virar da esquina e novas tormentas virão, a prazo. De qualquer forma o imobiliário sempre pressupôs uma perspetiva de muito longo prazo. Assim ficarão e investirão os que realmente acreditam no país, não apenas do mero ponto de vista de tesouraria/financeiro. Mas, na verdade, não foi sempre assim? 

Por Pedro Pimentel, Mestre em Gestão, Especialista em Research e Análise de Mercado
Fonte: Expresso

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