08 fevereiro 2016

Estado tem 24 mil imóveis. Mas paga 120 milhões em rendas


Nem todos os arrendamentos do Estado estão ocupados. Há 11 milhões de euros em rendas por espaços sem ninguém. O Estado tem 23 830 imóveis que se dividem entre património edificado e terrenos. No entanto, paga anualmente rendas de vários milhões de euros a entidades privadas. O último relatório da Direção-Geral do Tesouro e Finanças (DGTF) não deixa dúvidas: no ano passado, a fatura anual de rendas do Estado superou os 120 milhões de euros.


O documento, que tem por base os dados do Sistema de Informação do Estado (SIIE) no fecho do quarto trimestre de 2015, revela que a tendência de utilização de espaços privados pelo Estado se mantém sem grandes alterações, repetindo níveis anteriores. O maior vínculo é o do arrendamento, que representa 87% dos espaços privados em usufruto do Estado. Também há cedências gratuitas (250), mas o seu uso é pouco expressivo.

No último trimestre do ano passado, o Estado contava com 2.053 arrendamentos feitos a privados, o que faz subir os encargos com rendas a mais de 120 milhões de euros por ano – são pagos, em média, 6,46 euros de renda por metro quadrado. Apesar do número, e da despesa que o acompanha, o Estado só está a ocupar 90% dos contratos de arrendamento que tem com privados. Contavam-se, no período em análise, 1.861 edifícios ocupados, o que significa que 11 milhões de euros que fazem parte da fatura anual representa espaços não ocupados, mas disponíveis. 

Os ministérios da Justiça, Saúde e Finanças respondem pela maior fatia dos edifícios de entidades privadas arrendados e ocupados por entidades do Estado – juntos representam 60% dos imóveis. 

O relatório mostra que a tendência de arrendamentos tem-se mantido mais ou menos constante. Mas a DGTF sublinha que, entre setembro e dezembro do ano passado, a Justiça contribuiu para algum agravamento. “Assiste-se a um incremento de imóveis tomados de arrendamento a particulares por parte do Ministério da Justiça.” O número, que no total ascende a 117 imóveis, é explicado tanto pela ocupação com entidades daquele ministério como por tribunais. As rendas aumentaram na Justiça em 11 milhões de euros. 

Os edifícios e terrenos detidos pelo Estado também se mantiveram mais ou menos inalterados nos últimos anos. Existem na alçada pública 23.830 imóveis – 18.085 correspondem a edifícios e 5.745 são terrenos. Ambas as componentes sofreram um acréscimo entre setembro e dezembro do ano passado. E, no total, contam-se agora mais 289 imóveis. 

Esta variação, diz a DGTF, “é pouco significativa”, mantendo-se “o peso do número de registos criados por entidades do Ministério da Administração Interna, Saúde, Educação e Ciência e do Ministério da Agricultura e do Mar”. Os nomes correspondem às designações ministeriais em vigor no governo anterior. 

O Ministério da Economia assistiu igualmente a um reforço do número dos seus imóveis por causa da “atividade de carregamento da Infraestruturas de Portugal”. 

Apesar de arrendar edifícios para além dos que tem, isto não significa que o Estado esteja a ocupar todos os imóveis. No final do ano passado contavam-se 1.837 imóveis por utilizar, 8% da propriedade registada em seu nome. E muitos têm sido colocados à venda em leilão. Sem grande sucesso – O Estado arrecadou apenas 9,6 milhões de euros com a venda de imóveis realizada entre julho e outubro de 2015.

Fonte: Dinheiro Vivo

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