29 fevereiro 2016

Na Remax, os agentes com mais de 50 anos brilharam em 2015


Empresa apostou nos desempregados com mais de 50 e contratou mais 600. Juntamente com os que já lá estavam, fizeram 12.191 transações, 1/3 do total. No início do ano, quando o presidente da Remax, Manuel Alvarez, entregou os habituais diplomas de melhor agente com menos de um ano de atividade, o palco não se encheu de miúdos novos de 20 ou 25 anos. Os chamados super-heróis Remax de 2015, tinham todos mais de 50 anos e alguns já somavam 40 a 50 mil euros em comissões.


Foi precisamente esta faixa etária que mais se destacou na mediadora imobiliária durante o ano passado. De acordo com a presidente executiva da empresa, Beatriz Rubio, os cerca de 1500 agentes que trabalham na Remax e têm mais de 50 anos realizaram um terço de todas as transações de venda e/ou arrendamento que se fizeram em 2015. Ou seja, 12.191 operações num total de 42.064, segundo as contas agora divulgadas.

Aliás, neste momento, “30% da nossa rede de agentes tem mais de 46 anos e produz 34,5% da faturação, ou seja, das comissões conseguidas com as transações de imóveis”, adiantou a CEO da Remax. 

Além disso, os profissionais com mais de 50 anos foram também a maior fatia no total de novos agentes contratados pela Remax em 2015. Segundo Beatriz Rubio, das 1.100 pessoas que entraram na empresa durante o ano passado, 600 tinham mais de 50 anos. E grande parte deles estava desempregada há algum tempo e com muita dificuldade em encontrar trabalho. 

Ora, nada disto foi por acaso, pelo contrário, foi uma estratégia da Remax ao longo de 2015 e que segundo Beatriz Rubio não podia ter corrido melhor. “Procurámos pessoas que estavam desempregadas e numa idade em que é mais difícil arranjar emprego. Todos sabemos que as empresas não querem contratar pessoas com 50 anos ou mais e há muitos desempregados com essa idade que são pessoas muito válidas e ainda com bastante competências profissionais”, explicou a CEO da Remax. 

Aliás, disse ainda a mesma responsável, estas pessoas mostraram ser mais determinadas e empenhadas. “A experiência de vida vale muito neste negócio”, comentou, contando ainda que algumas das pessoas que entraram na empresa “vinham só para experimentar e gostaram tanto que acabaram por ficar porque se sentiram bem e porque começaram a fazer dinheiro”. 

Contudo, Beatriz Rubio nota que “não sente que haja menos interesse na empresa por parte das pessoas mais novas” e que a prova disso foram os cerca de 500 profissionais de faixas etárias mais baixas que entraram na Remax em 2015. 

O melhor ano de sempre 

A mediadora imobiliária voltou a ter, em 2015, o melhor ano de sempre em Portugal. As transações cresceram 8,9% para mais de 42 mil, como referido em cima. E a faturação, ou seja, as comissões conseguidas pelos cerca de 3800 agentes que compõem a rede Remax, “aumentou 30% e isto é muito bom. Foi um ano fantástico”, disse a CEO, sem no entanto revelar o valor final, algo que têm por norma não revelar, nem em Portugal nem nos restantes mercados onde estão presentes. 

A justificar este crescimento da faturação estão vários fatores. Um deles tem a ver com o valor das casas mediadas, cujo preço foi ligeiramente superior ao de 2014. De tal forma que o valor dos imóveis comercializados ultrapassou os dois mil milhões de euros, ou seja, mais 32,9% que no ano anterior. 

Além disso, também se fizeram mais operações de venda do que de arrendamento e “nas vendas as comissões são sempre maiores”, acrescenta Beatriz Rubio. De acordo com as contas apresentadas, as vendas subiram 28,1% em 2015 e já representam 55% de todas as transações realizadas. Já o arrendamento continua a cair e pesa agora apenas 45% quando há três anos chegou a valer 50%. 

Portugueses valem 80% das operações 

Os estrangeiros podem estar cada vez mais interessados em Portugal, mas no negócio das mediadoras, continuam a ser os portugueses a fazer andar o negócio. Aliás, é precisamente o facto de os compradores nacionais estarem a voltar ao mercado que tem sustentado o crescimento das mediadoras, não só da Remax, mas também da Century 21 ou da Era, que são as três principais em Portugal. 

Ainda assim, as operações fechadas com estrangeiros na Remax representou 21% do total, sendo que os chineses e os franceses são os que mais se destacam, ainda que se note uma inversão. “O bom dos chineses foi em 2014 e em 2015 até houve um retrocesso. Agora tem crescido mais a procura por parte dos franceses, que não gastam tanto como os chineses”, considerou Beatriz Rubio.

Fonte: Dinheiro Vivo

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