22 fevereiro 2016

Retalho investiu cerca de €1000 milhões em imóveis no ano passado


IMOnews Portugal, Real Estate
Mais de metade dos negócios imobiliários em 2015 foram realizados no sector do retalho. Em ano de acentuada recuperação no sector imobiliário, em que o volume total de transações comerciais ascendeu a perto de €2 mil milhões (num crescimento de 130% face a 2014), o segmento do retalho foi a estrela da companhia.


Pedro Rutkowski, diretor geral da consultora imobiliária Worx, adiantou que "55% do volume total de investimento refere-se a transações de retail com dez operações acima dos €50 milhões". Segundo este especialista, o destaque foi para a venda de vários centros comerciais de grande porte: Dolce Vita Tejo, Almada Forum, Forum Montijo, portefólio Dolce Vita - em Coimbra, Douro e Porto - portefólio de retail parks da British Land e o hipermercado Continente do Centro Colombo, em Lisboa. Este investimento no retalho representou um crescimento de mais de 100% deste segmento comercial, face a 2014, cujo montante ficou, nesse ano, abaixo dos €500 milhões. 


De acordo com a análise realizada pela Worx, o bolo total dos investimentos em imobiliário comercial foi ainda composto por uma fatia de 25% - cerca de €4,85 milhões - destinada ao segmento dos escritórios. "Registaram-se oito negócios acima dos €20 milhões, dos quais se destacou a venda da Torre Colombo Ocidente e do Edifício Duarte Pacheco, 7, em Lisboa", refere o mesmo responsável. 

Marta Costa, diretora do departamento de consultoria da Cushman & Wakefield, revela também que a recuperação deste segmento esteve sobretudo na procura do retalho de bens não alimentares, ainda que os bens alimentares se tenham mantido com valores superiores. "A procura manteve-se mais dinâmica não só ao nível das localizações prime de rua como também nos Centros comerciais e nas ruas de cidades secundárias", adianta esta especialista. 

Segundo os dados recolhidos por esta consultora, terão aberto ou renovado contrato cerca de 350 novas lojas em Portugal, sendo que a maioria foram novas aberturas. Entre estas inaugurações, o sector da restauração foi o mais ativo, com cerca de 100 novos espaços, seguido da moda, com 87 aberturas. Lisboa foi a cidade que concentrou mais aberturas, com 32% do total, seguida de Porto, Sintra e Viseu. 

Escritórios a recuperar 

O mercado dos escritórios em Lisboa é a área mais acompanhada pelos consultores imobiliários que contribuem para a elaboração do Lisbon Prime Index, um indicador que serve de referência para o mercado. Foram comercializados cerca de 140 mil metros quadrados, volume este que, segundo Marta Costa, "confirma a retoma do sector". 

Por número de transações, o segmento dos serviços foi o que mais registou novas colocações no mercado, que ascenderam a 53, seguida dos sectores de TMT e Utilities (sector de tecnologias e telecomunicações e ainda o sector dos serviços básicos como água e luz), com 45 transações e os serviços financeiros, com 33. 

Paulo Silva, diretor-geral da Aguirre Newman, diz, a propósito, que os contact centers estão muito ativos na colocação de novos espaços. "Há inúmeras multinacionais a procurarem Portugal para instalar os seus call centers. Pretendem assim expandir a sua atividade, como é o caso do BNP Paribas, da Teleperformance ou da ManPower". A plataforma Let's Go On, da qual a Aguirre Newman faz parte, pretende atrair investimento estrangeiro neste segmento, mostrando as condições excecionais do país, quer em termos de localização quer no que aos recursos humanos diz respeito. Paulo Silva refere o exemplo do município do Fundão, envolvido nesta plataforma online empenhada em oferecer condições para a instalação de centros de contactos internacionais na zona.

Menos ativo esteve ainda o sector industrial, que envolve armazéns e toda a parte logística. Paulo Silva diz mesmo que este é um segmento adormecido, sobretudo devido à quebra de atividade de alguns dos operadores. Esta é uma área que, por que ter excesso de espaço alocado, demora algum tempo a retomar aos níveis dos anos anteriores aos da crise.

Pedro Lancastre, diretor geral da Jonas Lang LaSalle (JLL), estima que 2016 seja o ano dos grandes projetos imobiliários em Lisboa, com a transação dos terrenos que dizem respeito à Feira Popular, Campolide e Cruz Quebrada. Este responsável lembra que também o mercado residencial está muito ativo e os compradores internacionais têm aqui grande peso. "A título de exemplo, o Cobertura, do Grupo JLL, vendeu casas a compradores oriundos de 24 nacionalidades, um aumento muito significativo face a 2014, ano em que a mediadora vendeu a compradores de 10 nacionalidades. Esta tendência é muito impulsionada pelos regimes legais e fiscais de incentivo ao investimento estrangeiro, como o Golden Visa e o Regime Fiscal do Estatuto de Residente Não Habitual, mas também pelo forte crescimento do turismo em Portugal", refere.

Fonte: Expresso

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