12 maio 2016

“Millennials” revolucionaram os hostels, revela primeiro relatório mundial sobre tendências no sector


A indústria dos hostels tem registado um forte crescimento estimulado pelos chamados viajantes “millennial”ou da “Geração Y” – geração nascida nos anos 80 e 90 – que procuram gastar mais dinheiro em viagens mais longas e ver o máximo de Mundo possível. Estas são as principais conclusões do primeiro estudo sobre tendência de hostels (Hostel Trend Report, em inglês), um trabalho independente realizado pela empresa de estudo do sector de viagens Phocuswright agora divulgado pelo Hostelworld.

Esta mudança revolucionou a indústria da hospitalidade, uma vez que a geração “millennial” prioriza cada vez mais as interacções sociais e aventuras partilhadas com novos amigos em comparação com a média da população viajante. Em Portugal, o número de hostels registados na plataforma Hostelworld cresceu 509% nos últimos cinco anos, segundo informa o site líder de reservas de hostels. Ao todo, já são mais de 400 os hostels portugueses que podem ser reservados através desta plataforma on-line.

Também os hostels estão a passar pela sua própria transformação de modo a conseguir tomar uma maior fatia do mercado da hospitalidade. Quartos particulares e hostels temáticos são agora o padrão (9 em 10 hostels têm casa-de-banho privadas), substituindo a velha imagem dos hostel com dormitório. As áreas com maior crescimento de receitas estão em mercados cada vez mais desejáveis para os viajantes “millenial”. Neste grupo estão Sul e o Sudeste da Ásia (13 por cento) seguidos pelo Médio Oriente (11 por cento), a Europa Oriental (11 por cento) e o Norte da Ásia - liderada pela China - (10 por cento). Segundo o estudo, ainda há uma forte oportunidade de crescimento nos principais mercados de hospitalidade na Europa e nos EUA.

Outra informação que o site de hostels divulga em comunicado é que os portugueses estão a reservar mais dormidas em hostels. Comparando os últimos anos, o Hostelworld, plataforma líder de reservas de hostels, registou um crescimento de reservas feitas na sua página portuguesa superior a 24%.

A mudança do perfil de viajante e o novo tipo de hostel refizeram o mercado. Mesmo que os viajantes que se hospedam em hostels tendam a ser muito mais jovem e com um salário médio global menor, na verdade eles gastam o mesmo, ou até mais, do que a população viajante em geral. Um em cada quatro esperam ser capazes de reservar o seu alojamento através de dispositivos móveis e 93 por cento usaram, efectivamente, o telefone durante a viagem. Como tal, podem facilmente comparar e contrastar as experiências em movimento. Os hostels subiram a fasquia oferecendo serviços que atendem a uma clientela mais exigente, como Wi-Fi gratuito, comida e bebidas no próprio local, serviços de limpeza diária, eventos sociais, aluguer de bicicletas, bibliotecas e centros de media.

De seguida apresentam-se algumas das conclusões principais retiradas do relatório.

Compreender o viajante que fica em hostels

Mais de 70 por cento dos viajantes que se hospedam em hostels fazem parte da geração “milleniall”, 15 por cento dos quais ficaram num hostel nos últimos 12 meses. Comparado a outros tipos de viajantes, destacam-se como sendo implacáveis na paixão por viagens. 86 por cento desses viajantes “millennial” afirma: "Eu pretendo viajar o mais possível pelo mundo durante a minha vida", e 87 por cento disse: "Eu considero viajar como uma parte muito importante da minha vida." A pesquisa mostra que os viajantes que se hospedam em hostels realizam mais viagens em todos os mercados do que qualquer outro tipo de turista e eles são mais propensos a ir para o estrangeiro. Bem mais de 80 por cento dos viajantes “millennial” fez uma viagem internacional no ano passado para mercados turísticos mais desenvolvidos, mas a China e a Coreia do Sul não ficaram muito atrás.

Ainda segundo o relatório, a maioria dos viajantes amantes de hostels (72 por cento) viajam sozinhos, procurando ligações sociais. Eles também são propensos a permanecer por mais tempo e gastar mais dinheiro em viagens.

O Mercado de oportunidades para hostels

Os hostels têm marcado uma grande transformação na indústria da hospitalidade e muitos viajantes estão agora atraídos para acomodações alternativas. Projecta-se que a indústria dos hostels cresça sete a oito por cento ao ano, actualmente avalia-se que a indústria represente 5,2 bilhões de dólares em receita de alojamento. Os hóspedes apontam os baixos preços (44 por cento), localizações convenientes (44 por cento), boa qualidade/preço (43 por cento) e as oportunidades para conhecer outros viajantes (31 por cento) como as principais razões para escolher um hostel para a viagem. Ao contrário dos hostels do passado, hoje 9 em cada 10 têm quartos privados, além dos tradicionais quartos de dormitório ou quartos compartilhados. E, surpreendentemente, existem agora mais quartos privados do que quartos de dormitório por hostel.

A Europa Ocidental tem 19% dos hostels de todo o mundo e representa uns impressionantes 36% das receitas mundiais de hostels. Os EUA e o Canadá apenas têm 3% do total de hostels e 10% das receitas mundiais de hostels – ainda que os EUA sozinhos representem 28% das receitas mundiais de estadias em hotel. Os mercados emergentes registam a maior expansão na indústria de hostels. Enquanto que 4 em cada 10 hostels em mercados desenvolvidos já estão no negócio há mais de 10 anos, apenas 1 em cada 10 hostels em mercados emergentes estão abertos há tanto tempo. O maior crescimento de receita com dois dígitos regista-se no Sul e Sudeste da Ásia (13 por cento), seguida pelo Médio Oriente (11 por cento), Europa Oriental (11 por cento) e Norte da Ásia - liderada pela China - (10 por cento).

Em 2014, as plataformas on-line foram responsáveis por dois terços das receitas mundiais dos hostels (um valor bem elevado se se tiver em conta que as plataformas online só são responsáveis por menos de 40 por cento das reservas mundiais de hotéis).

"É surpreendente o quanto a indústria dos hostels se tem transformado nos últimos cinco anos", afirma Feargal Mooney, CEO do Hostelworld. "Hoje, vemos alojamento em hostels de luxo oferecendo o equilíbrio perfeito de privacidade, conforto e actividades sociais. O perfil demográfico dos viajantes “millennial” é perfeito para hostels uma vez que os jovens gastam mais de seu tempo explorando o máximo possível do mundo. Os hostels permitem encontros fortuitos, que coisas aventureiras aconteçam em mais lugares e permitem que os viajantes “millennial” obtenham hospedagem com um excelente preço/qualidade".

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