Fernando Medina explicou à Bloomberg que esta evolução “está a permitir que, pela primeira vez, muitas pessoas participem no desenvolvimento da cidade”. Enquanto algumas cidades europeias, como Berlim e Barcelona, estão a começar a impor restrições ao alojamento local, a capital portuguesa está a tomar medidas para simplificar o processo, sublinha a Bloomberg num artigo publicado esta segunda-feira, 6 de Junho, no seu site.
"Esta é a primeira vez que o turismo está a permitir que muitas pessoas participem no processo de desenvolvimento da cidade", disse Fernando Medina, presidente da câmara municipal de Lisboa à Bloomberg. "Não devemos ter medo desta nova dinâmica, não devemos ter medo do crescimento. Pelo contrário, temos de preparar a cidade para receber ainda mais turistas", acrescentou.
Nos últimos três anos o número de apartamentos situados na área metropolitana de Lisboa disponíveis na Airbnb quase triplicou. No início de Janeiro de 2014 contavam-se menos de 5 mil casas na capital portuguesa nesta plataforma. No arranque deste ano, segundo dados do Airbnb, havia cerca de 12 mil.
"Portugal é um dos países líderes na Europa a abordar a regulação da economia compartilhada", sublinhou Andreu Castellano, relações públicas do Airbnb para Espanha e Portugal.
Além do tema da economia de partilha estar em discussão, as actuais regras em Portugal permitem que os proprietários arrendem os imóveis sem limitações de dias por ano. Em Londres, por exemplo, as regras do alojamento local não permitem que supere 90 noites por cada ano. Em Amesterdão o número é ainda mais restrito: 60 noites por ano.
Tendo em conta estas regras, e com o crescimento do número de turistas que Portugal tem registado, as ofertas em Lisboa "serão críticas para o sucesso do Airbnb na Europa", sublinha a Blomberg.
Só no ano passado, o mercado europeu gerou 3 mil milhões de dólares em receitas para os proprietários das casas que integram o Airbnb, sendo que Lisboa é uma das cidades em destaque.
Hugo Almeida, com 34 anos, começou a alugar o seu T1 a turistas há dois anos. Por ano, ganha cerca de 10 mil euros, antes de impostos. O mesmo valor que auferia quando trabalhava num talho, o que o levou a despedir-se e dedicar-se aos estudos.
Hugo Almeida está a estudar para ser electricista mas quando acabar o curso "provavelmente vou acabar a renovar apartamentos para turistas", confessou à Bloomberg.
A forte expansão do alojamento local tem gerado uma chuva de críticas, uma vez que o número de apartamentos disponíveis para arrendar sem ser a turistas diminuiu e os preços dispararam.
Fonte: Negócios
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