06 julho 2016

Habitação domina licenciamento de novas obras


Dados preliminares do INE apontam para o licenciamento de 3,7 mil edifícios e a conclusão de 2,5 mil edifícios em Portugal. Área total licenciada com acréscimo de 26,2%. No primeiro trimestre deste ano, o número de edifícios licenciados diminuiu 6,7% face ao período homólogo (-1,1% no quarto trimestre de 2015), correspondendo a 3,7 mil edifícios.


Nos edifícios licenciados para construções novas observou-se um decréscimo de 3,7% (+7,1% no quarto trimestre de 2015) enquanto no licenciamento para reabilitação registou-se um decréscimo de 13,6% (-13,5% no quarto trimestre de 2015). Os edifícios concluídos diminuíram 22,0% (-24,4% no quarto trimestre de 2015) totalizando 2,5 mil edifícios. 


Os dados preliminares do INE apontam para que, em comparação com o trimestre anterior, o número de edifícios licenciados tenha decrescido 1,6% (-6,2% no 4º trimestre de 2015) e os edifícios concluídos diminuído 5,0% (-6,0% no 4º trimestre de 2015). Os edifícios concluídos continuaram a diminuir em termos homólogos (-22,0%), embora de forma menos acentuada que no trimestre anterior (-24,4%). 

Esta tendência pode assim revelar uma mudança de paradigma no sector, com o imobiliário a atingir a maturidade e a crescente necessidade de investimento no segmento da reabilitação. 

Obras licenciadas 

De acordo com o relatório do INE, do total de edifícios licenciados, 64,4% corresponderam a construções novas e, destas, 65,8% destinaram-se a habitação familiar. A região do Algarve apresentou a única variação homóloga positiva nos edifícios licenciados (15,0%). As regiões da Área Metropolitana de Lisboa e do Algarve apresentaram variações homólogas positivas no licenciamento para construções novas: +36,0% e +12,5%, respetivamente. 

No que respeita ao licenciamento para reabilitação de edifícios, apenas a região do Algarve apresentou uma variação homóloga positiva: 5,7%. A Área Metropolitana de Lisboa teve a maior redução (-41,1%). 

Face ao primeiro trimestre de 2015, os fogos licenciados em construções novas para habitação familiar aumentaram 18,6%, correspondendo a menos 6,3 p.p. face à variação registada no trimestre anterior (+24,9%). 

Em termos das variações positivas destacaram-se a Região Autónoma da Madeira (+93,3%) a Área Metropolitana de Lisboa (+69,7%) e o Algarve (+67,0%), tendo ocorrido nestas regiões alguns licenciamentos de novos edifícios de apartamentos, com um número elevado de pisos e de fogos. 

Em Portugal, no primeiro trimestre de 2016, observou-se em termos homólogos um acréscimo de 26,2% na área total licenciada. O Algarve e a Região Autónoma da Madeira registaram as variações mais elevadas nesta variável: 342,3% e 101,0%, respetivamente, em linha com o aumento verificado no número de fogos licenciados. No caso do Algarve, o aumento da área total resultou também do licenciamento de novos espaços comerciais naquela região. 

Execução adia fecho de obras 
No primeiro trimestre de 2016, o número total de edifícios concluídos (construções novas, ampliações, alterações e reconstruções) diminuiu 22,0% face ao primeiro trimestre de 2015. Neste período estima-se que tenham sido concluídos 2,5 mil edifícios em Portugal, correspondendo na sua maior parte a construções novas (67,7%), das quais 64,8% tiveram como destino a habitação familiar. 
“Os sinais de alguma retoma que se vêm evidenciando no licenciamento de obras são ainda pouco notórios na conclusão de obras, justificado em grande medida pelo facto de se registar um elevado número de edifícios de apartamentos, que têm um prazo de execução mais dilatado”, nota o INE.

Procura com forte dinâmica 
A procura de casas em Portugal continua a aumentar, crescendo em abril ao ritmo mais elevado dos últimos sete meses, revela o mais recente Portuguese Housing Market Survey (PHMS), produzido mensalmente pelo RICS e pela Confidencial Imobiliário. 
O crescimento da concessão de crédito à habitação é apontado com um dos principais impulsionadores deste aumento da procura. Os novos empréstimos atingiram 491 milhões de euros em março, mais do que duplicando no espaço de um ano. 
Com a aceleração da atividade transacional acentua-se também o movimento de recuperação dos preços, bem como as expectativas relativas à sua evolução, com os mediadores, promotores e proprietários a anteciparem um aumento do preço das casas em torno dos 3% nos próximos 12 meses.

Vistos gold reforçam dinamismo 
O investimento estrangeiro no imobiliário português ao abrigo do Programa de Vistos Gold representa, em termos acumulados, até maio, 410 milhões de euros, valor que representa um crescimento homólogo de 86% face a igual período do ano anterior. Em maio, o total captado por este programa ascendeu aos 96 milhões de euros, dos quais 88 milhões, ou seja, 91% resultam de aquisições de imobiliário. Desde o início deste regime, foram já captados 2.104 milhões de euros de investimento externo, sendo que 90% dizem respeito a investimentos em imobiliário que totalizam 1.899 milhões de euros, segundo dados da CPCI – Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário.

Fonte: Público Imobiliário

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