06 julho 2016

Imobiliário: a principal exportação do país


Numa altura em que tanto se fala de exportações e da sua relevância para o equilíbrio das contas externas de Portugal, há que ter finalmente em conta que a venda de imóveis a estrangeiros é uma verdadeira exportação. Não há muitas dúvidas que o imobiliário, a par do turismo, é actualmente um dos principiais “motores” da economia portuguesa, registando volumes de investimento que poucos outros sectores deverão estar a registar. E uma grande fatia desse investimento é estrangeiro.


Portanto, podemos concluir, desde já, que a venda de imóveis a estrangeiros – uma verdadeira exportação das empresas portuguesas – deve ser considerada como uma dos principais apostas para o crescimento económico e até para a criação de emprego no nosso país. 

Mas mais, a exportação de imobiliário é efectivamente uma das mais rentáveis do nosso país, com a disseminação dos seus efeitos por outros tantos vectores da economia de forma prolongada. 

Pensemos na venda de um imóvel a um estrangeiro. A exportação efectiva-se logo com o acto aquisitivo. Nas restantes formas de exportação as suas vantagens terminariam aqui. No imobiliário não. Após a compra do imóvel é hoje quase certo que o investidor irá querer reabilitá-lo (impacto em toda a fileira da construção, que é vastíssima). Depois, muitos destes investidores quererão passar largas temporadas em Portugal (veja-se por exemplo o caso do Regime do Residente Não Habitual que obriga o investidor a residir cá metade do ano), fazendo com que haja uma série de outros negócios realizados em Portugal, como no turismo, no comércio, na restauração, etc.. 

Já para não falar dos impostos que serão liquidados cá, relativamente a todos estes actos: IMT, IMI, IS, IVA. 

Assim, a venda de imóveis a estrangeiros, não é só uma verdadeira exportação, como a principal das exportações. 

Porém, a principal exportação de Portugal, que vinha registando níveis históricos, está já a decair, com ameaças de parar definitivamente, devido, em grande parte, ao eventual e nefasto retrocesso da lei do arrendamento e da eventual (e arbitrária) classificação das lojas históricas. Gravíssimo está também a ser o receio que os investidores já sentem da anunciada criação de uma taxa progressiva de IMI, absolutamente desencorajadora de quem queira investir em imobiliário português. 

Portugal deveria antes aproveitar este momento de grande volatilidade dos mercados financeiros para atrair os investidores que, assim encontrariam uma alternativa mais segura para investirem os seus capitais em bens imobiliários, capitais esses que seriam muito bem-vindos e que tanta falta nos fazem. 

Por Henrique de Polignac de Barros, Presidente da APPII – Associação Portuguesa de Promotores e Investidores Imobiliários
Fonte: Público Imobiliário

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