Se deixou de ver anúncios a casas para arrendar não pense que é mera impressão sua. Nos últimos três anos, o número de apartamentos disponíveis para arrendar caiu a pique em Lisboa e no Porto e a tendência parece ser relativamente transversal a todo o país. Esta quebra tem sido acompanhada por um aumento considerável do valor das rendas, tornando o desejo de viver numa casa arrendada nas grandes cidades em algo quase impossível de concretizar: em alguns bairros quase não se encontram casas disponíveis e as poucas raridades que existem têm preços desproporcionais face à qualidade que oferecem.
Entre Maio de 2013 e Maio de 2016, o número de casas disponíveis para arrendamento caiu cerca de 75% em Lisboa, revelam os dados que o Negócios solicitou ao portal Casa Sapo e à Remax, boas amostras do mercado. No Porto, a quebra é ainda maior: em torno de 85%. Os dados são de fontes diferentes mas aproximam-se muito no que diz respeito à evolução dos apartamentos disponíveis para arrendar.
Segundo os dados do Casa Sapo, o maior tombo deu-se logo em 2014, prosseguindo esta tendência nos anos seguintes. Na compra de casa, tal já não se verifica. Embora tenha havido uma quebra significativa em 2014, número de casas disponíveis para venda recuperou, em grande medida, logo em 2015, mantendo-se depois relativamente estável no ano seguinte. No conjunto dos três anos, revelam os mesm dados, a quebra no número de casas disponíveis para venda é de 47%, em Lisboa, 17%, no Porto e 15% a nível nacional - muito longe, portanto, da queda do arrendamento.
Rendas: uma raridade em quase todas as freguesias
Desagregando por freguesias, a primeira conclusão que se retiram dos dados destas duas fontes é a de que a quebra atravessa as duas principais cidades do país de uma ponta a outra. De acordo com os dados do portal imobiliário, em Lisboa, há duas freguesias onde a quebra foi superior a 90%: é o caso dos Olivais e da Estrela, com variações respetivas de 94% e 91%. Os números da Remax confirmam uma redução superior a 90% na Estrela, tal como em Alcântara ou por exemplo. Mas naquele que é o portal imobiliário líder em Portugal todas as freguesias tem reduções superiores a 70%, com quatro exceções: Lumiar, Avenidas Novas, Carnide e Santa Clara. Esta última foi a única freguesia em que a redução ficou abaixo dos 50%.
No Porto, o retrato que se retira dos dados do portal Casa Sapo é idêntico. O Bonfim surge no topo com a maior queda das casas disponíveis para arrendar, mas à exceção de Lordelo do Ouro e Massarelos (-72%), todas as outras freguesias registam quebras superiores a 80%.
Três razões por trás do fenómeno
Não há uma mas três razões que explicam o "desaparecimento" das casas para arrendar. A reabertura da torneira do crédito à habitação - fechada durante o programa de ajustamento - reorientou proprietários e moradores para a compra de casa. "A maior oferta de crédito bancário e melhores condições de acesso ao crédito voltam a dar ânimo à venda de casas", disse a equipa da Casa Sapo. Da parte da Remax, os seus diretores concordam: "com a abertura do crédito, imóveis que antes estavam disponíveis para arrendamento passaram a estar disponíveis para venda".
Outro motivo apontado é o turismo e em particular o aluguer de curta duração, através de sites como Airbnb. "O crescente interesse turístico por Portugal, em particular em Lisboa e Porto, fez surgir um fenómeno recente e crescente, que garantiu a muitos proprietários urna maior rentabilidade: o alojamento de curta duração", explica o portal Casa Sapo. A Remax também aponta o dedo ao arrendamento de curta duração, que "tem algum impacto", mas "apenas em determinadas zonas do país".
Fonte do portai imobiliário explica que a reabilitação urbana tem contribuído para reforçar a oferta de casas em Portugal, mas em segmentos muito específicos, como o alojamento local ( de curta duração) e casas de luxo ou de charme.
Finalmente há uma terceira razão: "a própria oferta diminuiu porque a maior parte dos imóveis outrora disponíveis para arrendamento foram arrendados por longos períodos", refere a Casa Sapo. A Remax concorda.
Os mais otimistas poderiam pensar que a esta redução da oferta corresponde também uma diminuição da procura por casas arrendadas. Mas não: tanto os responsáveis da Remax como do Portal Caso Sapo dizem que, embora tenha decaído um pouco, a procura não caiu como a oferta, mantendo-se acima dos níveis registados historicamente em Portugal.
Três razões para o desaparecimento
BANCOS VOLTAM A DAR CRÉDITO - Os bancos voltaram a dar crédito a habitação, o que trouxe novos compradores e puxou de novo os proprietários para a opção de venda. Nos primeiros cinco meses do ano, os bancos emprestaram 2,1 mil milhões de euros, mais 64% do que no mesmo período de 2015.
ARRENDAMENTO A TURISTAS - O alojamento local, com arrendamentos de curta duração, desviaram casas habitualmente destinadas à habitação permanente. Este fenómeno abrange todas as áreas de Lisboa e Porto, embora tenha maior incidência nas zonas antigas e turísticas.
OFERTA ESGOTADA NOS ANOS ANTERIORES - Parte da explicação está no esgotamento da oferta. As casas disponíveis foram arrendadas por períodos longos e não apareceram novas. A reabilitação urbana tem aumentado a oferta mas esta dirige-se a nichos de mercado, como os turistas ou segmentos elevados.
Entre Maio de 2013 e Maio de 2016, o número de casas disponíveis para arrendamento caiu cerca de 75% em Lisboa, revelam os dados que o Negócios solicitou ao portal Casa Sapo e à Remax, boas amostras do mercado. No Porto, a quebra é ainda maior: em torno de 85%. Os dados são de fontes diferentes mas aproximam-se muito no que diz respeito à evolução dos apartamentos disponíveis para arrendar.
Segundo os dados do Casa Sapo, o maior tombo deu-se logo em 2014, prosseguindo esta tendência nos anos seguintes. Na compra de casa, tal já não se verifica. Embora tenha havido uma quebra significativa em 2014, número de casas disponíveis para venda recuperou, em grande medida, logo em 2015, mantendo-se depois relativamente estável no ano seguinte. No conjunto dos três anos, revelam os mesm dados, a quebra no número de casas disponíveis para venda é de 47%, em Lisboa, 17%, no Porto e 15% a nível nacional - muito longe, portanto, da queda do arrendamento.
Rendas: uma raridade em quase todas as freguesias
Desagregando por freguesias, a primeira conclusão que se retiram dos dados destas duas fontes é a de que a quebra atravessa as duas principais cidades do país de uma ponta a outra. De acordo com os dados do portal imobiliário, em Lisboa, há duas freguesias onde a quebra foi superior a 90%: é o caso dos Olivais e da Estrela, com variações respetivas de 94% e 91%. Os números da Remax confirmam uma redução superior a 90% na Estrela, tal como em Alcântara ou por exemplo. Mas naquele que é o portal imobiliário líder em Portugal todas as freguesias tem reduções superiores a 70%, com quatro exceções: Lumiar, Avenidas Novas, Carnide e Santa Clara. Esta última foi a única freguesia em que a redução ficou abaixo dos 50%.
No Porto, o retrato que se retira dos dados do portal Casa Sapo é idêntico. O Bonfim surge no topo com a maior queda das casas disponíveis para arrendar, mas à exceção de Lordelo do Ouro e Massarelos (-72%), todas as outras freguesias registam quebras superiores a 80%.
Três razões por trás do fenómeno
Não há uma mas três razões que explicam o "desaparecimento" das casas para arrendar. A reabertura da torneira do crédito à habitação - fechada durante o programa de ajustamento - reorientou proprietários e moradores para a compra de casa. "A maior oferta de crédito bancário e melhores condições de acesso ao crédito voltam a dar ânimo à venda de casas", disse a equipa da Casa Sapo. Da parte da Remax, os seus diretores concordam: "com a abertura do crédito, imóveis que antes estavam disponíveis para arrendamento passaram a estar disponíveis para venda".
Outro motivo apontado é o turismo e em particular o aluguer de curta duração, através de sites como Airbnb. "O crescente interesse turístico por Portugal, em particular em Lisboa e Porto, fez surgir um fenómeno recente e crescente, que garantiu a muitos proprietários urna maior rentabilidade: o alojamento de curta duração", explica o portal Casa Sapo. A Remax também aponta o dedo ao arrendamento de curta duração, que "tem algum impacto", mas "apenas em determinadas zonas do país".
Fonte do portai imobiliário explica que a reabilitação urbana tem contribuído para reforçar a oferta de casas em Portugal, mas em segmentos muito específicos, como o alojamento local ( de curta duração) e casas de luxo ou de charme.
Finalmente há uma terceira razão: "a própria oferta diminuiu porque a maior parte dos imóveis outrora disponíveis para arrendamento foram arrendados por longos períodos", refere a Casa Sapo. A Remax concorda.
Os mais otimistas poderiam pensar que a esta redução da oferta corresponde também uma diminuição da procura por casas arrendadas. Mas não: tanto os responsáveis da Remax como do Portal Caso Sapo dizem que, embora tenha decaído um pouco, a procura não caiu como a oferta, mantendo-se acima dos níveis registados historicamente em Portugal.
Três razões para o desaparecimento
BANCOS VOLTAM A DAR CRÉDITO - Os bancos voltaram a dar crédito a habitação, o que trouxe novos compradores e puxou de novo os proprietários para a opção de venda. Nos primeiros cinco meses do ano, os bancos emprestaram 2,1 mil milhões de euros, mais 64% do que no mesmo período de 2015.
ARRENDAMENTO A TURISTAS - O alojamento local, com arrendamentos de curta duração, desviaram casas habitualmente destinadas à habitação permanente. Este fenómeno abrange todas as áreas de Lisboa e Porto, embora tenha maior incidência nas zonas antigas e turísticas.
OFERTA ESGOTADA NOS ANOS ANTERIORES - Parte da explicação está no esgotamento da oferta. As casas disponíveis foram arrendadas por períodos longos e não apareceram novas. A reabilitação urbana tem aumentado a oferta mas esta dirige-se a nichos de mercado, como os turistas ou segmentos elevados.
Mapas: as freguesias de Lisboa e do Porto de onde desapareceram as casas para arrendar
O número de casas disponíveis para arrendar caiu a pique em Lisboa e no Porto. Veja a redução registada nos últimos três anos em todas as freguesias, segundo os dados disponibilizados pelo portal Casa Sapo.
Fonte: Negócios
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