04 agosto 2016

Fundos imobiliários: liquidez cresce, tal como a alienação de imóveis


O mercado de fundos imobiliários em Portugal chegou, em 2015, a valores muito próximos de 2008-2009. Tal informação disponibilizada pela CMVM no seu relatório anual de 2015 é pouco de estranhar, tendo em conta o fraco desempenho dos fundos de investimento imobiliário nos últimos tempos.


O Regulador, no mesmo documento, indica que além da fraca performance, o valor sob gestão dos produtos imobiliários foi ainda prejudicado pela “queda dos preços no sector imobiliário residencial e comercial em Portugal, a escassez de oportunidades de investimento, a pouca tradição no investimento internacional, a reduzida dimensão dos fundos de investimento imobiliário nacionais e a instabilidade do sistema fiscal, entre outros”. Segundo o Regulador, os investidores, em virtude do desempenho dos fundos de investimento imobiliário, têm vindo a proceder ao resgate de unidades de participação.

Estrutura da carteira dos fundos de investimento imobiliário

Como se pode verificar na tabela em cima, a rubrica das construções acabadas diminuiu 18,7% entre 2013 e 2015, destacando-se a diminuição do último ano, em que a queda foi de 11,6%. 

Outras importantes rubricas, como é o caso dos terrenos e outros projetos de construção, também abrandaram no período em análise. Os dados do Regulador mostram que em ambos os casos o valor desceu mais de 10% entre 2013 e 2015. Referem, também, que “a evolução da valorização das aplicações reflete igualmente a descida de preços no sector imobiliário”. 

Evidente é ainda a descida do montante de empréstimos (30,1% entre 2013 e 2015) que reflete “todavia uma menor pressão no sector, após o elevado fluxo de resgates verificado num passado recente, quando os gestores dos fundos sentiram a necessidade de contrair empréstimos para fazer face às saídas de participantes nos fundos abertos”. A liquidez, por seu turno, tem aumentado significativamente no período em causa, “o que pode estar associado à falta de oportunidades de investimento, mas também à eventualidade de ocorrência de novos resgates”.

Fonte: Funds People Portugal

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