16 agosto 2016

Interesse de investidores na Europa mantém-se sólido no segundo trimestre de 2016


Volumes de investimento em França e na Suécia registaram aumentos quando comparados com o segundo trimestre 2015. Atividade com níveis recorde na Irlanda. O investimento imobiliário continuou forte na Europa durante o segundo trimestre 2016, com um volume de 54 mil milhões de euros, um valor que traduz um aumento de 2,5% face ao primeiro trimestre de 2016 e 30,4% na média de dez anos, muito embora tenha ficado aquém do segundo trimestre de 2015.


O setor de escritórios registou o trimestre mais forte, com um aumento de 8,3% face ao primeiro trimestre de 2016, alicerçado num desempenho com particular destaque na Europa do Norte.


Apesar de alguma incerteza no Reino Unido depois do referendo sobre a União Europeia, a confiança manteve-se sólida noutros mercados europeus e os níveis de investimento revelaram-se estáveis numa comparação anual. Os volumes de investimento em França e na Suécia – o terceiro e quarto maiores mercados europeus – foram particularmente resilientes. No último ano, o investimento nestes mercados cresceu 32% e 20% respetivamente. Os resultados do segundo trimestre de 2016 em França e na Suécia foram marcados por um elevado dinamismo no sector dos escritórios.

Assistimos na Irlanda a um excelente desempenho, com valores recordes de 2,3 mil milhões de euros em negócios de imobiliário comercial no segundo trimestre de 2016, mais do dobro do mesmo período no ano passado. Destaque para a venda do Blanchardstown Centre por perto de mil milhões de euros neste trimestre. A Polónia segue-se à Irlanda, com 1,5 mil milhões de euros no segundo trimestre, três vezes mais o nível registado no mesmo período do ano passado. 

A Alemanha revelou uma descida nos níveis de investimento neste trimestre, muito provavelmente relacionada com a falta de stock nos mercados principais, que influenciou o valor total da Europa. O imobiliário core na Alemanha continua a ser visto como um ‘porto de abrigo’ para os investidores.

O Reino Unido teve um desempenho menos forte do que os mercados europeus no período que antecedeu a votação do Brexit, muito embora alguns princípios sólidos continuem a suportar o mercado do Reino Unido. A recente depreciação da libra esterlina, juntamente com os juros baixos, atraiu a atenção de investidores estrangeiros para o Reino Unido, e com a diferença entre yields de obrigações e imóveis a registar uma diferença recorde, o imobiliário no Reino Unido e na Europa Continental continua a ser atrativo.

Jonathan Hull, Managing Director, Investimento, CBRE EMEA, refere que “Muito embora os investidores tenham reagido de forma cautelosa ao Brexit, os princípios do mercado mantêm-se fortes e os investidores continuam a beneficiar de níveis significativos de capital para investirem. A incerteza significa que muitos investidores vão esperar para ver a forma como o mercado se desenvolve antes de decidirem agir. No entanto, existe um espírito de confiança numa altura em que entramos num ambiente político mais estável e em que há sinais de que o mercado está a responder de forma positiva”.

"O referendo da União Europeia foi sem dúvida um dos fatores que afetou o investimento no segundo trimestre, mas a instabilidade nos mercados financeiros registada no início do ano foi igualmente importante, tornando os investidores mais adverso ao risco.”, acrescenta Miles Gibson, Diretor, Research, CBRE UK.

Em Portugal, 2016 também tem sido um ano muito positivo para o investimento imobiliário, havendo já sido investidos 1.050 milhões de euros no primeiro semestre, um crescimento de 6% em relação ao mesmo período em 2015. O Brexit assim como a incerteza associada à sustentabilidade do sistema financeiro Português e Italiano, não tem tido um impacto significativo nas intenções de investimento dos principais investidores internacionais a olharem para Portugal, com a excepção dos investidores com perfil de risco mais elevados como, por exemplo, os fundos de private equity americanos. Nuno Nunes, Diretor de Capital Markets da CBRE comenta “Atendo em primeiro lugar ao interesse manifestado pela generalidade dos investidores, pelos processos de venda em curso bem como de um conjunto de processos em vias de entrar em mercado é expectável que o volume de investimento venha a ficar próximo ou igual ao registado em 2015”.

0 comentários:

Enviar um comentário

Obrigado pelo seu comentário.