03 agosto 2016

Luís Lima: "As rendas teriam de sofrer uma diminuição entre 30% a 40%"


Para que o mercado do arrendamento se torne mais competitivo, Luís Lima, presidente da APEMIP, estima que as rendas deveriam cair.

Olhando só para o custo mensal, nas zonas urbanas, a diferença entre a renda e a prestação é de 64%, em média. Como vê estes números?
O que acontece no mercado de arrendamento é: há oferta onde não há procura, e procura onde não há oferta, fazendo com que o valor das rendas dispare. Por outro lado, não há dúvida de que a opção por casa própria continua a ser a preferida dos cidadãos portugueses.

Porquê?
A aposta no mercado de arrendamento é, regra geral, uma alternativa para os jovens e para as famílias que não conseguem reunir as condições necessárias à aquisição de um imóvel. Na origem desta opção estão, sobretudo, várias décadas de um mercado de arrendamento que não funcionava e com diversos entraves, os quais continuamos a assistir nos dias de hoje, tais como os valores das rendas que se praticam que não competem de maneira nenhuma com os valores de uma prestação.

Quais seriam os valores de renda competitivos?
Para que existisse uma procura pelo mercado de arrendamento motivada pela própria vontade de arrendar, os valores das rendas teriam que ser revistos por forma a serem competitivos com os de uma prestação bancária do crédito à habitação, devendo para isso sofrer uma diminuição na ordem dos 30% a 40%.

O que tem impedido que o arrendamento se torne mais atractivo?
Temos perdido décadas a tentar dinamizar um mercado de arrendamento urbano, que só tem procura por via da falta de alternativa das famílias, e não pela vontade das mesmas. Falo de alterações legislativas que foram ficando arrumadas na gaveta durante anos, ou de decisões, como a liberalização das rendas, que tanta discussão provocou mas que só teve impacto junto de cerca de 10% do total do mercado de arrendamento urbano. Para trás, foram ficando medidas urgentes e necessárias como a criação de um seguro de renda popular ou a revisão fiscal sobre este mercado.

Fonte: Negócios

0 comentários:

Enviar um comentário

Obrigado pelo seu comentário.