Os resultados do RICS/Ci PHMS de Junho de 2016 apontam para uma ligeira aceleração no crescimento dos preços reportados pelos operadores de mercado, com o indicador a apresentar a leitura mais elevada desde que o inquérito foi lançado há 6 anos atrás. No mercado de arrendamento, a procura por parte dos arrendatários continua a crescer e as novas colocações em oferta permanecem firmemente em trajetória descendente, pressionando ainda mais a subida das rendas.
Começando pelo mercado de compra e venda, as novas intenções de compra aumentaram mais uma vez em junho, embora o ritmo mensal de crescimento tenha sido o mais contido desde janeiro de 2016. Em paralelo, as novas instruções de venda estabilizaram após uma pequena queda no mês anterior. As vendas acordadas subiram ao ritmo mais rápido desde Setembro de 2015, com cada região a registar um aumento no volume de transações. Olhando para o futuro, espera-se que as vendas cresçam ainda mais em todas as regiões ao longo do próximo trimestre.
Acompanhando a cada vez mais forte atividade do mercado, os preços das casas continuaram a subir pelo décimo nono mês consecutivo. Além disso, o indicador de crescimento dos preços melhorou para +30 (de +29 em Maio), a leitura mais elevada desde que o inquérito foi lançado em 2010. Contudo, devemos considerar que tal se seguiu a um período de quedas de preços persistentes entre 2010 e 2014. Considerando uma análise a 12 meses, os respondestes continuam a esperar um aumento dos preços das casas em torno dos 3%. Segmentando por região, no Algarve a expetativa é de que os preços das casas atinjam o crescimento anual mais forte, na ordem dos 4%. Em Lisboa, projeta-se um acréscimo dos preços em torno dos 3%, enquanto no Porto as expetativas se mantêm mais fracas (1,5%). Os entrevistados preveem que o crescimento dos preços das casas acelere no médio-prazo para uma média de 4% ao ano, durante os próximos cinco anos.
De acordo com Ricardo Guimarães, Director da Ci, “Os mediadores continuam a afirmar que a procura internacional continua a ser o fator mais importante para suportar as suas expetativas. Portugal parece estar no local certo para beneficiar da incerteza que afeta os outros mercados e das vantagens fiscais que oferece aos investidores. Obviamente que tal não se verifica em todos os mercados estando particularmente a impulsionar a região de Lisboa (incluindo o próprio concelho de Lisboa). Contudo, outras localizações estão a começar a aparecer nos radares dos investidores estrangeiros, o que vai permitir que surjam mais oportunidades noutros locais.”
O índice de confiança nacional (uma medida composta por expetativas de preços e vendas) manteve-se em +32 – uma leitura firme mas ligeiramente mais suave relativamente à de +41 atingida em Maio.
No mercado de arrendamento, a procura por parte dos arrendatários aumentou mais uma vez, enquanto a colocação de imóveis em oferta caiu abruptamente (esta foi uma tendência recorrente na maior parte do ano passado). Como resultado, as rendas subiram a um ritmo sólido e espera-se que subam ainda mais nos próximos meses.
Para Simon Rubinsohn, Economista Sénior do RICS, “O aumento da confiança dos consumidores, a flexibilização das condições de crédito e a melhoria constante do mercado de trabalho estão a suportar o crescimento da atividade no mercado imobiliário. Além disso, as perspetivas mantêm-se sólidas embora muito vá depender da força da economia e se a recuperação consegue ganhar impulso.”
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