11 agosto 2016

Porque não desce o malparado no crédito à habitação?


O valor de crédito vencido na habitação voltou a subir em Junho. Teve um aumento de 70 milhões de euros, para 2.629 milhões de euros, para o valor mais alto de sempre. A economia tem dado sinais de recuperação, a taxa de desemprego também apresenta descidas e as taxas de juro estão em mínimos. No entanto, o valor em incumprimento no crédito à habitação continua a subir.


Teve um aumento de 70 milhões de euros, em Junho, para os 2.629 milhões de euros, o montante mais elevado de sempre, segundo dados divulgados pelo Banco de Portugal.


E a relação entre o crédito malparado e o total de credito à habitação também atingiu um novo máximo, ao aumentar de 2,65% para 2,73%. Num relatório recente, a Moody's referia que, no que diz respeito ao crédito em incumprimento, como um todo, "o crescimento da economia não foi suficientemente robusto para se traduzir numa redução".
Mas, no crédito à habitação, há factores que deveriam ajudar a uma queda. "Surpreende-me a subida na taxa incumprimento no crédito à habitação já que as taxas de juro estão a baixar, quer dos empréstimos antigos quer dos novos e os capitais em dívida, em média, estão a baixar", refere Filipe Garcia. economista do IMF. O economista explica que a leitura dos dados pode não ser tão simples.
Isto porque o "stock" total do crédito está "a diminuir em tendência porque os novos créditos não chegam nem de perto para compensar os antigos cujo capital se vai amortizando". Por outro lado, o montante total de malparado "praticamente só aumenta, reflexo da forma técnica como provavelmente a informação é compilada e de quando são retirados os casos em incumprimento". Estes dois factores contribuem para agravar o rácio e podem levar a interpretações incorrectas da tendência, adverte.
Em conclusão, refere que "há muitas questões técnicas a perturbar a análise" e "em geral, diria que não há motivos para o malparado aumentar no crédito à habitação".

Fonte: Negócios

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