11 agosto 2016

Montepio entra na guerra dos "spreads"


O banco liderado por Félix Morgado reviu em baixa a margem exigida no crédito à habitação. Com um “spread” de 1,55% desafia a oferta dos grandes bancos nacionais. Apenas o Bankinter e o Santander Totta disponibilizam uma taxa de juro mais baixa. O período é de férias, mas nem por isso o Montepio deixou passar a oportunidade de rever a sua oferta comercial. No preçário de Agosto, o banco liderado por Félix Morgado avança com uma descida do "spread" mínimo no crédito à habitação. A taxa de juro é agora de 1,55%, inferior à que é oferecida pela maioria dos grandes bancos portugueses.


As instituições financeiras nacionais continuam a apostar nos empréstimos para a compra de casa. Depois da "pausa" no início do ano, regressaram as reduções das margens exigidas nos financiamentos. Em Junho, o Santander Totta desceu o "spread" mínimo de 1,75% para 1,5% e passou a ter a melhor oferta entre os bancos de grande dimensão.
No arranque de Agosto foi a vez do Montepio. O banco, que até agora tinha uma das taxas de juro mais elevadas do mercado, decidiu entrar na guerra dos "spreads" e desceu a margem minima de 2.05% para 1,55%.

E, com este movimento, desafia os grandes bancos nacionais. É que apenas o Santander Totta tem uma oferta melhor. Tanto a CGD corno o BCP têm um "spread" superior, de 1,75%, que no caso do banco do Estado se mantém inalterado desde Fevereiro de 2015. Já o BPI e o Novo Banco disponibilizam aos clientes uma taxa de juro ainda mais elevada: de 1,95%. 
A movimentação do Montepio deixa o BIC como o único banco a oferecer uma margem acima de 2%. O banco liderado por Fernando Teixeira dos Santos tem no precário um "spread" mínimo de 1,10%. As últimas atualizações colocam o "spread" médio entre os dez principais bancos nacionais nos 1,73%, de acordo com os dados recolhidos nos precários.

No último inquérito aos bancos sobre o mercado de crédito, relativo ao segundo trimestre, publicado pelo Banco de Portugal, os cinco bancos inquiridos justificaram a redução das margens com as pressões exercidas pela concorrência e também com menores custos de financiamento e restrições de balanço.

"Há vários meses que se percebe o aumento de interesse da banca em novas operações de crédito à habitação", explica Filipe Garcia. Isto porque "os bancos precisam de gerar receitas, nomeadamente comissões, e o crédito à habitação é o produto ideal para se tornarem o principal banco de um cliente", acrescenta o economista da IMF'. Além disso, "há incentivos monetários para que os bancos emprestem e também maior segurança em relação aos colaterais - o mercado imobiliário está mais dinâmico", conclui.

BANKINTER MANTÉM A MELHOR OFERTA em "Spreads" mínimos na habitação 
O Bankinter, que comprou atividade do Barclays em Portugal, continua a ter o "spread" mais baixo no crédito à habitação: 1,25%. Seguem-se o Santander Totta (1,50%) e agora o Montepio (1,55%). A nova margem do banco liderado por Félix Morgado compara favoravelmente com a da CGD e BCP. 
  • Bankinter - 1,25%
  • Santander Totta - 1,50%
  • Montepio - 1,55%
  • CGD - 1,75%
  • BCP - 1,75%
  • Banco Popular - 1,75%
  • Crédito Agrícola - 1,75%
  • BPI - 1,95%
  • Novo Banco - 1,95%
  • BIC - 2,10%
Fonte: Negócios

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