19 novembro 2016

Investimento público alavanca reabilitação urbana


Semana da Reabilitação Urbana do Porto apresentou resultados e tendências. Zona oriental será alvo de fortes investimentos nos próximos anos. A reabilitação urbana “não é um trabalho de alquimia, mas de relojoaria”. O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, manifestou o seu otimismo no desenvolvimento deste sector, tendo recordado que “não é preciso recuar muito tempo, basta recordarmos esta zona há menos de 10 anos”, “abandonada e desertificada”.


No decurso da IV edição da Semana da Reabilitação Urbana do Porto, que decorreu no Palácio da Bolsa e recebeu cerca de 4.500 visitantes, o autarca frisou que “o investimento público foi a semente que levou os investidores privados a investir nesta cidade. Ninguém consegue negar que hoje a cidade está a crescer”. 

Álvaro Santos, presidente da Porto Vivo SRU, estima que “nos últimos 12 anos e até ao final do primeiro semestre de 2016 contabiliza-se um total de 1.500 milhões de euros de investimento privado”, sendo que um euro de investimento público terá alavancado 23 euros de investimento privado. 

Escritórios sem oferta

O investimento externo é uma das marcas da reabilitação urbana na Invicta. Segundo João Nuno Magalhães, diretor da Predibisa, o Porto é cada vez mais visto pelas empresas internacionais como uma “localização geográfica estratégica”. Distingue-se também pelas suas universidades, pelo seu alto poder aquisitivo, grande base terciária e pela sua qualidade de vida. 

Nesse sentido, o mercado de escritórios poderá ser um alvo essencial ao investimento em reabilitação e o Porto Oriental uma zona privilegiada. Este responsável explicou que “a procura é acentuada para grandes espaços, sobretudo por empresas call centre e de serviços partilhados, bem como da área tecnológica e de consultoria”. 

No entanto, além da escassez da oferta “falta construção nova e adaptada há cerca de cinco anos”, alertou. Por conseguinte, as dimensões que existem na cidade são desajustadas face às necessidades do mercado. 

Mercado potencial

O mercado de escritórios da Invicta está dividido em quatro zonas – Boavista, Baixa, Zona Industrial e Oriente – estando esta última a desenvolver-se, alavancada pelo UPTEC – Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto.

A Boavista, com valores de referência de renda mensal entre 12 e 16 euros/m2, caracteriza-se por reunir um conjunto de condições, que fizeram com que fosse eleita como zona Prime (CBD prime).

Já grande parte dos imóveis da Baixa, com valores de referência de renda mensal entre 9 e 11 euros/m2, está degradada e sem infraestruturas e dispõem de áreas pequenas, com estacionamento insuficiente. Mas “a reabilitação do centro urbano, a construção de parques de estacionamento e o Metro do Porto são alguns dos fatores que contribuem para esta emergente procura de escritórios na Baixa”, explica João Nuno Magalhães.

Emergente é ainda a zona oriental da cidade (Paranhos, Antas e Campanhã), uma das áreas urbanas mais carenciadas do Porto. O desenvolvimento desta parte da Invicta tem estado sobretudo alavancado pelo UPTEC - Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto. Também Campanhã demonstra ser uma zona com potencial de desenvolvimento. 

Fonte: Público Imobiliário

0 comentários:

Enviar um comentário

Obrigado pelo seu comentário.