
A reabilitação é, atualmente e sem margem para dúvidas, a principal força motriz do mercado imobiliário do Porto e o maior impulsionador do forte dinamismo que hoje se sente no centro histórico da cidade, onde os setores da habitação e do turismo são os alvos preferenciais de investimento imobiliário. De acordo com o estudo “Reabilitação para uso residencial no Porto – Oferta e enquadramento legal”, elaborado pela Prime Yield, em colaboração com a Predibisa, o Centro Histórico da cidade tem despertado cada vez mais interesse por parte dos investidores, consolidando-se como um destino turístico reconhecido e com cada vez mais notoriedade internacional, num processo virtuoso que tem vindo a dinamizar ainda mais a atividade de investimento em reabilitação urbana, expandindo-a agora para novas zonas da cidade.
“Os investidores que apostaram neste mercado viram os seus ativos valorizar 17,1% só no último ano, com o Centro Histórico do Porto a registar em 2015 o melhor desempenho dos últimos dez anos, de acordo com o Índice de Preços do Centro Histórico do Porto, apurado no contexto do Observatório da Reabilitação da Baixa do Porto. Os resultados revelam ainda que, nos últimos quatro anos, o mercado imobiliário nesta zona histórica do Porto tem vindo a valorizar a um ritmo anual superior a 10%”, destaca o estudo.
Hoje, o Centro Histórico do Porto continua em processo de transformação imobiliária, tendo como principais vetores o turismo numa primeira fase, mas cada vez mais também a habitação e o retalho.
No caso da habitação, e fruto do próprio contexto de mercado que conjuga fortes níveis de procura turística a um regime fiscal mais atrativo e a uma taxa de rentabilidade muito mais elevada do que o arrendamento dito “tradicional”, muitos dos projetos que ali têm vindo a nascer são colocados essencialmente no mercado de alojamento local (arrendamento turístico de curta-duração), havendo por isso uma grande aposta em casas com tipologias pequenas (T0 e T1).
Não obstante as previsões que anteveem a continuação de uma procura robusta por apartamentos para arrendamento de curta-duração, é contudo expectável que nos próximos anos venhamos a assistir a uma maior aposta do lado da promoção por produto para primeira habitação. Até porque os níveis de procura por apartamentos para habitação própria continuam a crescer, servindo mesmo de incentivo para que os promotores comecem a apostar em tipologias maiores.
Centro Histórico concentra 48% da oferta de reabilitação
- A zona que concentra o maior volume de oferta de reabilitação para uso residencial e a zona mais cara para adquirir este tipo de produto não coincidem.
- A zona do Centro Histórico é a que agrega o maior volume de oferta de reabilitação para uso residencial, acolhendo 48% dos apartamentos em desenvolvimento na cidade.
- A zona dos Aliados, onde se situa cerca de 21% da oferta em desenvolvimento, é a mais cara, com o valor médio de oferta a fixar-se em 2.981 €/m2.
- A zona onde os valores de oferta médios são mais baixos – nomeadamente o Bonfim – apresenta uma concentração de oferta semelhante (21%) à zona onde se encontram os valores mais elevados.
- O valor médio de oferta de habitação para reabilitação no Porto oscila entre um mínimo de 1924€/m2 na zona do Bonfim e o máximo de 2.981 €/m2 nos Aliados.
- O “gap” no valor médio de oferta entre a zona mais cara (Aliados) e a zona mais barata (Bonfim) é de 55%, enquanto o diferencial entre a primeira e a segunda mais cara (Centro Histórico) é de 11%. Já face à zona da Cedofeita, os Aliados apresentam uma valorização de 31%.
- Em três das quatro zonas analisadas, existe um eixo preferencial para o desenvolvimento de projetos habitacionais resultantes de reabilitação, eixos esses que concentram entre 35% e 72% da oferta na respetiva zona. Os valores médios de oferta nesses eixos preferenciais estão quase sempre acima dos valores médios de oferta para o total da zona.
- As tipologias de pequena dimensão, com uma forte predominância de T0, T1 e T2, ainda dominam na oferta em desenvolvimento, mas quer a zona que concentra maior oferta quer a zona mais cara – respetivamente Centro Histórico e Aliados - apresentam já oferta de tipologias de maior dimensão, incluindo apartamentos T4.
- Com exceção da zona do Bonfim, as restantes zonas apresentam valores médios em qualquer das tipologias acima dos 2.000 €/m2, galgando em muitos casos a barreira dos 3.000 €/m2. Nas zonas onde estão a ser desenvolvidos apartamentos T4, os valores médios nessas tipologias podem mesmo oscilar entre 4.000 e 5.900 €/m2.
Zona 1 - Centro Histórico do Porto
VALOR MÉDIO DE OFERTA: 2.689 €/M2
- É a zona onde se localiza a maioria da oferta residencial reabilitada em desenvolvimento no Porto, concentrando 48% do número de apartamentos em comercialização.
- O eixo Mouzinho-Flores é o principal destino dos projetos habitacionais de reabilitação nesta zona, concentrando cerca de 70% da oferta aqui em desenvolvimento.
- A tipologia T1 é dominante (36%) nesta zona, com as unidades T2 e T0 a apresentarem pesos semelhantes na oferta, de respetivamente, 22% e 21%. Esta é uma das poucas zonas onde se estão a desenvolver apartamentos T4.
- É a segunda zona mais cara da cidade para este tipo de produto, com um valor médio de oferta de 2.689 €/m2, o qual está cerca de 11% abaixo do observado na zona que apresenta o valor médio mais elevado (Aliados).
- No eixo Mouzinho-Flores, o valor médio de oferta das unidades reabilitadas é de 2.959 €/m2, mais 10% do que o valor médio apurado para o total da área do Centro Histórico.
- Considerando o conjunto de tipologias disponíveis para o total da zona do Centro Histórico (T0 a T4), os valores médios das casas reabilitadas em oferta oscilam entre 2.316 €/m2 (caso dos T2) e 3.316 €/ m2 (T3). Nos T4, o valor médio é de 3.858 €/m2.
Zona 2 - Cedofeita
VALOR MÉDIO DE OFERTA: 2.272 €/M2
- É a zona que reúne o menor volume de fogos reabilitados em desenvolvimento na cidade, compreendendo 9% da oferta.
- A rua de Cedofeita é, nesta zona, o eixo principal de investimento em projetos de reabilitação para uso residencial, concentrando 72% da oferta total em desenvolvimento.
- Nesta zona, predominam as tipologias T0, que representam 41% da oferta residencial. Os T1 e T2 apresentam pesos em torno dos 30%.
- O valor médio de oferta das casas reabilitadas na zona é de 2.272 €/m2, apresentando um gap de 31% face à zona mais cara da cidade (Aliados) para produtos residenciais reabilitados. Ainda assim apresenta uma valorização de 18% face à zona onde os valores médios de oferta para estes produtos são mais baixos (Bonfim).
- Nesta zona, os preços médios das diferentes tipologias oscilam entre os 2.058 €/m2 nos T2 e os 2.454 €/m2 nos T1.
Zona 3 - Aliados
VALOR MÉDIO DE OFERTA: 2.981 €/M2
- Integra cerca de 21% da oferta de reabilitação urbana para habitação no Porto. • A avenida dos Aliados, artéria de referência e considerada a zona prime da cidade, agrega cerca de 35% da oferta em desenvolvimento nesta zona.
- À semelhança do que acontece na zona do Centro Histórico, os Aliados também começam a apresentar oferta de tipologias T4. Ainda assim, na zona, que compreende apartamentos desde T0 a T4, predominam as tipologias T2 (31% da oferta).
- Esta é a zona mais cara para habitação integrada em projetos de reabilitação no Porto, apresentando um valor médio de oferta de 2.981 €/m2.
- No caso concreto da Avenida dos Aliados, o valor médio de oferta nos apartamentos reabilitados atinge um patamar bastante mais elevado, fixando-se em 4.892 €/m2, quase duas vezes mais que a média para o total da zona.
- A zona apresenta também os valores médios mais elevados nas diferentes tipologias, variando entre um mínimo de 2790 €/m2 nos T0 3.325 €/m2 nos T3, sendo que nos T4, o valor médio se situa nos 5.967 €/m2.
Zona 4 - Bonfim
VALOR MÉDIO DE OFERTA: 1.924 €/M2
À semelhança da zona mais cara, esta área concentra igualmente 21% da oferta habitacional integrada em projetos de reabilitação na cidade.
- Nesta zona, ao contrário das restantes analisadas, não se destaca nenhuma localização em concreto como destino preferencial para o desenvolvimento deste tipo de projetos.
- Na oferta em desenvolvimento dominam as tipologias pequenas, com os T0 a pesarem 33% e os T1 cerca de 36%.
- O valor médio de oferta da habitação reabilitada nesta zona é de 1.924 €/ m2, sendo o mais baixo da cidade neste tipo de produto e apresentando um diferencial de cerca de 55% face à zona mais cara (Aliados). É a única zona onde o valor médio de oferta fica abaixo dos 2.000 €/m2.
- Os valores médios de oferta nas diferentes tipologias situam-se entre um mínimo de 1.829 €/m2 nos T2 e os 2.038 €/m2 nos T1.
Fonte: Vida Económica / Predibisa
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