31 janeiro 2017

Conheça as principais tendências da CBRE para o mercado imobiliário para 2017


A CBRE apresentou hoje o estudo Tendências do Mercado Imobiliário para 2017. Para este ano prevê-se um elevado investimento imobiliário comercial, a par da construção de novos projectos de raiz, por parte de alguns investidores. A perspetiva de retorno irá assentar muito mais num aumento do rendimento do que na compressão das yields.


Apesar das yields prime poderem vir a registar uma pequena compressão, a expetativa de retorno deverá derivar mais do aumento da receita, do que da valorização dos imóveis, ao contrário do que aconteceu nos últimos anos. É expetável que neste ano se ultrapasse o montante total de investimento atingido em 2016, sendo inclusive provável que se volte a alcançar volumes observados em 2015 na ordem dos 2 mil milhões de euros.

O turismo continuará a manter uma taxa de crescimento superior à oferta, com uma consequente melhoria dos indicadores de desempenho hoteleiro. Prevê-se a abertura de cerca de 20 novos hotéis, maioritariamente em Lisboa e a entrada de novas marcas internacionais, o que irá atrair mais investimento para este sector.

As alterações legislativas previstas para o regime de Alojamento Local terão impacto na diminuição do ritmo de aberturas de novas unidades e a saída de algumas do mercado.

O mercado de escritórios irá manter-se condicionado pela escassez da oferta, tal como no ano anterior, mas é esperado o arranque de projetos de construção de raiz. Esta reduzida disponibilidade de espaços, nomeadamente de qualidade, vai pressionar aumentos nas rendas prime, na ordem do 5%.

Também no comércio de rua é esperado que as rendas prime subam, em mais de 10%, em algumas zonas como o Chiado, em Lisboa, e Santa Catarina, no Porto, devido ao crescimento do turismo e à escassez de oferta. Em 2017 deverão ser inaugurados os dois últimos centos comerciais, de maior dimensão, no país e é esperada a expansão e remodelação de outros. A atual disponibilidade residual nos centros comerciais prime vai induzir novos aumentos nas rendas em 2017.

As grandes empresas de distribuição irão posicionar-se em 2017 para garantir a ocupação de espaços em 2018. O crescimento da atividade dos grandes grupos de distribuição vai impulsionar o arranque de alguns projetos de construção de armazéns logísticos em 2017, para colmatar a atual indisponibilidade de espaços com qualidade e dimensão. Mas só em 2018 se deverá verificar um verdadeiro incremento nos níveis de ocupação do setor industrial e logístico. De salientar o facto de o mercado se deparar atualmente com dois importantes constrangimentos à promoção do produto logístico. Por um lado, os tradicionais promotores de logística estão pouco ativos, e por outro, este é um setor onde a margem de promoção é ainda muito reduzida para atrair investidores estrangeiros. Sendo que, para haver uma rentabilidade interessante, "é necessário que as rendas subam ou os preços dos terrenos desçam", refer o relatório.

Em 2017 a oferta residencial irá manter-se pouco variada e diminuta face à procura. Está previsto arrancar, pelo menos, um dos grandes projetos de desenvolvimento de raiz pensado para Lisboa e muito provavelmente com produto mais adequado ao mercado local. Os investidores estrangeiros manter-se-ão bastante ativos, e em particular o mercado francês e é esperada uma ligeira subida nos preços de venda do produto prime de reabilitação, uma vez que a oferta começa a ser escassa. A falta de alternativas de imóveis para reabilitação no centro histórico de Lisboa começa a ser limitada, o que torna premente o início de construção nova para fazer face a uma procura que continua elevada.

Para Cristina Arouca, Diretora de Research da CBRE, “Estas tendências são analisadas pela CBRE perante uma economia que deverá manter uma trajetória de recuperação em 2017, com um aumento de 1,3% do PIB e uma descida de 1,1% na taxa de desemprego. A maior incerteza para 2017 resulta da subida da taxa de juro da dívida pública e do debilitado sistema financeiro.”

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