Acesso a habitação a preços acessíveis é um desafio do mercado imobiliário, considera Ricardo Sousa, administrador da rede imobiliária Century 21 Portugal. O crescimento da oferta de habitação acessível para os portugueses é um desafio que o mercado imobiliário tem pela frente. De acordo com Ricardo Sousa, administrador da rede imobiliária Century 21 Portugal, “é importante ter consciência que uma sólida estratégia de habitação é a base para o desenvolvimento sustentável do país”.
Na sua perspetiva, “os jovens precisam de ter acesso a casas ajustadas às suas necessidades e capacidades económicas”, enquanto “a população envelhecida necessita de soluções de habitação adaptadas à sua condição e necessidades específicas”.
Segundo a mesma rede, “a oferta existente está bastante desajustada da procura, sobretudo, em termos das reais capacidades financeiras da classe média portuguesa, que é o maior motor do mercado imobiliário nacional”.
Esse crescimento far-se-á, acrescenta, “através da regeneração dos espaços públicos urbanos, para criar novas soluções de habitação nas zonas das cidades onde ainda é possível desenvolver projetos urbanísticos”. Por outro lado, “a reabilitação dos espaços públicos estimula, também, a atração e fixação de empresas e serviços, que trazem novas dinâmicas para as zonas reabilitadas e potenciam o surgimento de soluções de habitação”.
Tendências e soluções
A Century 21 nota que “começam a surgir projetos residenciais de obra nova, nas zonas mais periféricas das cidades, para fazer face à procura atual”. Porém, “ainda não são suficientes”. Por esse motivo, “devem ser estudados métodos inovadores de financiamento à construção, para atrair operadores de grande dimensão para dinamizar o sector da construção residencial, que desenvolvam novos projetos ajustados às reais capacidades financeiras dos portugueses”.
O mercado imobiliário necessita, também, de “atrair grandes investidores que constituam carteiras de imóveis para arrendamento, com dimensão que lhes permita minimizar o risco, minorar o valor das rendas e assegurar a sua rentabilidade, através da criação de economias de escala”.
Outras soluções propostas passariam por “explorar a possibilidade de converter espaços não residenciais sem utilização, no centro das cidades, em soluções de habitação acessível para arrendamento”. Igualmente importante seria “trabalhar com os proprietários, de terrenos e prédios devolutos ou subocupados, para potenciar novas soluções de habitação e aumentar a colocação de mais imóveis no mercado”.
Arrendamento arrefece
A rede apresentou recentemente os resultados do primeiro semestre deste ano, período em que registou uma faturação de 14,9 milhões de euros, o que representa um crescimento de 32%, em comparação com os 11,3 milhões de euros alcançados no período homólogo do ano anterior. O volume de negócios mediado aumentou cerca de 32% para os 373,3 milhões de euros, face aos cerca de 281,8 milhões de euros registados no primeiro semestre de 2016.
As transações de arrendamento de imóveis, nos primeiros seis meses deste ano, chegaram às 1.168, revelando uma diminuição de 9% face às 1.288 verificadas no período homólogo do ano passado, e o mesmo valor de descida verifica-se também na comparação com as 1.280 operações de arrendamento registadas no último semestre de 2016. Este indicador confirma a tendência descendente das transações de arrendamento que se regista, consecutivamente, desde 2014.
Porém, entre Janeiro e Junho de 2017, o valor médio de arrendamento, a nível nacional, fixou-se nos 680 euros, o que revela um aumento de 10% face à média de 620 euros registada no mesmo período do ano anterior. “A atual oferta do mercado de arrendamento não é suficiente, nem adequada, para dar resposta aos níveis de procura dos consumidores portugueses, o que provoca um aumento sistémico do valor médio do arrendamento”, conclui.
Fonte: Público
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