A recuperação dos preços das casas, inicialmente sentida praticamente em Lisboa e Porto, já se alargou a todo o país. “Existe uma nova fase no mercado residencial”, confirma Ricardo Guimarães, diretor da Confidencial Imobiliário (Ci), afirmando que “hoje, todos os mercados se encontram em recuperação e a tendência positiva está a generalizar-se”.
O especialista explica que “não há muito tempo, os preços das casas apenas cresciam nas principais localizações, nomeadamente em Lisboa e Porto”, com a particularidade de ser “um comportamento específico para os centros históricos” das duas cidades, “motivado pela dinâmica da reabilitação urbana”. “Noutras partes dessas cidades, e ainda mais noutras localizações, os preços estavam estagnados ou mesmo em queda”, remata.
Os índices de preços residenciais da Ci confirmam esta valorização transversal, com apenas 15 dos 278 concelhos de Portugal Continental a evidenciarem, no 1º trimestre deste ano, uma descida do preço das casas face ao mesmo período do ano anterior. Em comparação, no 4º trimestre de 2015, eram 236 os concelhos que apresentavam descidas de preços face ao mesmo período do ano anterior, ou seja cerca de 85% dos 278 concelhos contra os 5% registados atualmente. Ricardo Guimarães explica ainda que “esta realidade começou a mudar no decurso de 2016, sobretudo devido à retoma do crédito hipotecário. O crescimento de construção nova também está a impulsionar esta valorização mais generalizada”, comenta.
Em termos médios nacionais, os preços cresceram 6,2% face ao período homólogo, com vários concelhos nacionais, incluindo da Grande Lisboa e do Algarve, a destacarem-se com subidas homólogas dos preços superiores a 15% no 1º trimestre de 2017. Lisboa e Cascais destacam-se com valorizações de 24,3% e 18,3%, mas também Oeiras apresenta uma subida de 13,6% entre o 1º trimestre de 2016 e o deste ano. No caso do Algarve, foram os concelhos de Lagoa, Loulé e Faro os que mais se evidenciaram, com recuperações homólogas de entre 15,3% e 26,7% no 1º trimestre de 2017. Em contraste, no Grande Porto, apenas o concelho do Porto registou um aumento dos preços, subindo 3,3% face ao período homólogo.
As vendas parecem também a confirmar o bom momento do mercado residencial, com os dados do Instituto Nacional de Estatística a revelarem mais de 35.000 casas vendidas no 1º trimestre, num crescimento homólogo de cerca de 19%. A APEMIP, associação que representa os mediadores imobiliários, estima, entretanto, de acordo com declarações à imprensa, que as vendas de casas no semestre tenham crescido cerca de 30% para os 80.000 fogos transacionados.
Imobiliário comercial também sobe
Também na área do imobiliário comercial – que inclui escritórios, retalho, hotelaria e indústria -, o setor imobiliário mostra-se animado com os resultados do primeiro semestre.
De acordo com as consultoras JLL e CBRE, o volume de investimento neste tipo de ativos nos primeiros seis meses do ano já superou os 1.000 milhões de euros, uma marca semestral histórica. Quanto ao restante do ano, a Cushman & Wakefield, outra consultora imobiliária, revelou que estão atualmente em curso operações de investimento imobiliário comercial com um volume superior a 3.500 milhões de euros, estimando que até final de 2017 possam ainda ser fechados negócios no valor de pelo menos 1.500 milhões.
Fonte: Público Imobiliário
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