30 maio 2012

Comércio de rua atrai operadores para o Chiado apesar dos preços

As rendas na Avenida da Liberdade e Chiado são caras, mas proporcionais às vendas.

O comércio de rua regista uma forte dinâmica, principalmente no centro de Lisboa (Chiado e Príncipe Real) e em menor escala no centro do Porto. Em contraste com outras zonas periféricas destas duas cidades, os preços de arrendamento não são baixos, até porque as vendas são elevadas. "As marcas têm nestas localizações um potencial de vendas interessante, justificando assim as rendas mais altas", justifica, ao Diário Económico, Patrícia Araújo, directora de ‘retail leasing' e consultoria da Jones Lang LaSalle.

No Chiado, as rendas mensais oscilam entre os 75 e os 80 euros por metro quadrado. Na Avenida da Liberdade, as rendas são um pouco mais baixas, em torno dos 70 euros mensais por cada metro quadrado. "O Chiado e a Av. da Liberdade são zonas consolidadas, com muita visibilidade e passagem de pessoas, quer pedonal quer de carros. Também são zonas onde o fluxo de turistas é interessante. Estas são questões valorizadas pelas marcas", aponta ainda Patrícia Araújo.

"Prestígio, reconhecimento, identidade, são alguns dos factores que obrigam estes operadores a pagarem o preço de uma localização nobre e emblemática. Em Lisboa, só a Av. da Liberdade oferece este posicionamento", frisa a directora de retalho da Cushman & Wakefield, Sandra Campos.

"Nota-se que, na zona lisboeta da Av. da Liberdade, uma parte importante dos clientes das lojas de retalho de luxo é composta por turistas, em especial aqueles que não têm este tipo de oferta nos seus países de origem ou cujo valor dos produtos é mais elevado, nomeadamente os países PALOP e o Brasil", acrescenta Sandra Campos, em declarações ao Diário Económico.

Quanto ao Chiado, hoje uma das zonas mais caras de Lisboa, o posicionamento é outro. "Localização contemporânea, cosmopolita, chique, ‘trendy', ‘hip', ‘cool', procurada por um conjunto alargado de públicos, onde se incluem turistas e pessoas ligadas ao mundo da cultura e das artes, é a confluência de vários pontos de interesse turístico que lhe garantem um fluxo de visitantes difícil de encontrar em qualquer outra zona da cidade", descreve a directora da Cushman & Wakefield.

Nenhuma das consultoras imobiliárias avança com nomes de marcas internacionais e nacionais que procuram uma loja nestes dois locais, mas todas assumem que há várias na lista de clientes. Umas procuram um espaço que ainda não está disponível, outras analisam o mercado e avaliam o seu potencial. "A presença, cada vez maior, de operadores com estas características na Avenida, tem aumentado a capacidade de atracção junto dos potenciais clientes assim como de mais operadores, o que explica as últimas aberturas a que temos assistido e a procura que continuamos a registar", conclui o director associado da agência de retalho da CBRE, Carlos Récio.

Fonte: Económico

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