30 maio 2012

Mercado imobiliário nacional recua 4% em 2011


O mercado imobiliário em 2011 teve uma quebra estimada de 400 pontos base face a 2010, situando-se nos 0,46%, face aos 4,26% conseguidos em 2010 em termos de índice IPD. Estes são dados do índice Investment Property Databank (IPD), cujo portefólio se estima represente cerca de 65% do mercado de investimento imobiliário nacional. 


O IPD é um índice que analisa o retorno do investimento institucional direto em ativos imobiliários, assumindo-se como uma ferramenta de "benchmarking" ao nível dos principais mercados mundiais. O Business Briefing - Análise IPD 2011 produzido pela Cushman & Wakefield (C&W) analisa os resultados deste índice em 2011 à luz da atual conjuntura económica e do enquadramento do mercado imobiliário, concluindo sobre o comportamento do sector em 2011 e traçando expectativas sobre a sua evolução futura.

A Cushman & Wakefield refere que o setor do retalho protagoniza o pior resultado do ano, sendo o único com retorno negativo (-1,62%) depois de em 2010 ter tido uma rentabilidade próxima dos 4%.

De acordo com a análise da Cushman & Wakefield, os ativos de escritórios no portefólio IPD foram os segundos mais afetados em termos de desempenho, registando um retorno total de 2,38%, face aos cerca de 3,5% conseguidos em 2010.

O setor industrial teve um desempenho semelhante ao verificado para o setor de escritórios, atingindo um retorno total de 2,31%, mas apresentou a segunda maior quebra do portefólio, comparando com uma rentabilidade em 2010 de 6,2%.

A categoria de Outros ativos, que engloba os imóveis residenciais do portfólio, e de outros setores como a hotelaria, parques de estacionamento ou equipamentos, teve o desempenho mais favorável, com um retorno total de 3,71%, representando, ainda assim, uma quebra face a 2010, ano em que registou uma performance positiva de 5,48%.

Segundo Marta Esteves Costa, associate e diretora de research e consultoria, "O enquadramento atual não é favorável a uma análise totalmente objetiva do estado do mercado. O reduzido volume de transações traduz-se numa ausência de comparáveis, dificultando uma estimativa dos valores "justos" dos ativos imobiliários. Tendo em conta esta ausência de informação, a análise de indicadores como o IPD atinge maior importância por permitir avaliar o efeito que o atual enquadramento económico está a ter no valor dos imóveis, bem como a estratégia que os investidores institucionais estão a assumir para os seus portfólios."

A perceção de maior risco por parte dos investidores tornou-se na principal causa para a perda de valor dos ativos imobiliários em Portugal, através do movimento de crescimento das yields. No entanto, o desempenho dos ativos evidenciou uma gestão mais profissionalizada por parte dos proprietários, que tentaram reduzir despesas operacionais e de investimento, bem como os níveis de desocupação dos ativos.

A evolução futura do mercado de investimento imobiliário em Portugal nos próximos anos será marcada pela evolução das yields de mercado, que têm um impacto determinante na rentabilidade global do imobiliário. Assim, a evolução da economia nacional e do seu processo de equilíbrio das contas públicas será crucial para aumentar a atratividade e confiança no mercado nacional, trazendo os fluxos de capital necessários a uma retoma do mercado de investimento imobiliário institucional, que se deverá traduzir num decréscimo das "yields".

Fonte: OJE

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