De acordo com os últimos dados da consultora imobiliária Cushman & Wakefield, “no 1º semestre do ano o mercado de escritórios de Lisboa reflectiu uma manutenção de quebra na procura, movimento que se tem vindo a registar neste sector desde 2008, em linha com a crise generalizada no mercado imobiliário e na economia”.
Em comunicado de imprensa a consultora lembra que “o pico da procura no mercado de escritórios de Lisboa aconteceu em 2008, quando foram transacionados mais de 230 mil m2. Após este ano as quebras foram uma constante até hoje: na ordem dos 50% em 2009, cerca de 10% em 2010 e 17% em 2011, ano em que se fecharam apenas 88 mil m2 de espaços. No total, de 2008 a 2011 a procura no mercado de escritórios de Lisboa verificou uma quebra acumulada de mais de 60%”.
Analisando o primeiro semestre do ano a consultora apurou que “de Janeiro a Junho de 2012 foram transacionados 36 mil m2 de escritórios, reflectindo um ligeiro crescimento face ao 1º semestre de 2011, pouco mais de 6 mil m2, mas retratando ainda assim um mercado muito pouco activo, fruto não só do aumento verificado no desemprego, mas também da enorme incerteza que se continua a viver no cenário económico internacional”.
A C&W sublinha também que “as tomadas de decisão das empresas em relação à opção por novos espaços de escritórios são hoje, na sua maioria, motivadas por uma estratégia de redução de custos, ou mesmo por processos de downsizing em termos de recursos humanos, que em alguns casos conduzem a mudanças de instalações para espaços de menor dimensão. Os negócios motivados por expansão de áreas ocupadas ou de abertura de novas empresas são muito pouco frequentes no mercado português desde 2008, registando o mercado uma actividade residual que tem provocado um aumento considerável nas taxas de desocupação e uma quebra nos valores de mercado praticados”.
No 1º semestre de 2012 “a taxa de desocupação do mercado de escritórios de Lisboa situava-se nos 12,5%, valor nunca antes registado”, refere a consultora. Nomeadamente, “a zona 6, Corredor Oeste, foi a localização com uma maior desocupação, tanto em termos percentuais (22%), como em volume, somando-se só nesta zona cerca de 200 mil m2 de escritórios disponíveis, mais de 35% do total disponível na Grande Lisboa”.
No que diz respeito a valores de mercado, “a renda prime desceu desde os 21€/m2/mês em 2009, para os 18,5€/m2/mês em Junho de 2012, retratando um quebra de cerca de 12% neste período. O Corredor Oeste foi também uma das zonas que mais sentiu esta quebra, registando uma quebra nos valores prime de 15%, passando dos 14€/m2/mês em 2009 para os 12€/m2/mês em 2012”.
Segundo Carlos Oliveira, partner e director do departamento de escritórios da Cushman & Wakefield, “As perspectivas de fecho de ano em 2012 não apontam ainda para uma inversão desta situação, sendo muito provável que se volte a atingir no final do ano um novo mínimo na procura de escritórios, bem como novos máximos na taxa de desocupação do mercado.”
“Ainda que se tenha já verificado uma forte retração em termos de nova oferta, o reduzido volume de actividade sentido em termos de procura não deverá permitir já uma correção dos níveis de desocupação. Os valores de mercado devem também manter esta tendência de quebra até ao final do ano, ainda que de forma mais acentuada nas rendas médias, sendo visível uma menor flexibilidade dos proprietários nos espaços prime em termos de renda praticada. Nestes casos os proprietários mostram-se mais disponíveis para ceder em termos de incentivos contratuais como sejam períodos alargados de carência de rendas ou contribuições para custos de relocalização”, conclui Carlos Oliveira.
Fonte: Construir
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