20 agosto 2012

CBRE: Comércio de rua nas zonas prime de Lisboa e Porto é excepção à falta de dinamismo no mercado de investimento imobiliário

De acordo com o mais recente estudo da CBRE, o segundo trimestre de 2012 (T2) apresentou “um fraco dinamismo no mercado de investimento imobiliário”. De acordo com a consultora imobiliária na base destes dados “está a incerteza no crescimento da economia portuguesa, situação agravada pela derrapagem do défice orçamental para 7,9% no primeiro trimestre do ano e pelo efeito de contágio do pedido de ajuda financeira da banca espanhola”.

A reduzida procura tem levado a quedas sucessivas nos preços dos imóveis ao longo do último ano e meio, o que por sua vez levou a que durante o segundo trimestre de 2012 as yields prime voltassem a sofrer um ajustamento, “aumentando entre 25 e 75 p.b. em quase todos sectores de mercado”.

Neste enquadramento, revala a CBRE, a excepção “continua a ser o comércio de rua que se mantém estável devido aos bons níveis de procura registados nas zonas prime de Lisboa e Porto”.

“O comércio de Rua, nas zonas prime de Lisboa e Porto, não teve variações, mantendo-se a yield prime de 7,5% para Lisboa e 8,75% para o Porto. As rendas prime também não sofreram alterações neste segundo trimestre de 2012 fixando-se nos 85 €/m2/mês em Lisboa e 30 €/m2/mês no Porto”.

Quanto ao mercado de escritórios, os de Lisboa (CBD) “subiram 50 p.b em todas as sub-zonas empresariais. No Central Business District (CBD) a yield prime atingiu os 8%, valor que não se verificava há mais de 10 anos. Enquanto que no Porto registou-se um aumento de 25 p.b., fixando-se nos 9,25%”.

Durante o período em análise, a consultora revela que se assistiu a uma diminuição da renda prime em alguns sectores e zonas de mercado. “Nos escritórios a redução foi no CBD2 e na cidade do Porto, para 16,5 €/m2/mês e 12,5 €/m2/mês, respectivamente. No sector de retalho, os Retail Parks continuam a revelar muitas fragilidades, verificando-se uma diminuição da renda prime para 9,5 €/m2/mês. Por fim nos Armazéns e Logística, também se registaram ajustamentos, com a renda da zona prime da Grande Lisboa a descer 25 cêntimos, fixando-se no 3,25 €/m2/mês”.

Na opinião de Maria Empis, Senior Consultant do Departamento de Research e Consultoria: “Com as previsões de recessão económica, é expectável que 2012 se mantenha com um dinamismo fraco quer a nível de transações, quer de investimento quer de arrendamento. Para a zona prime de escritórios de Lisboa está previsto um incremento significativo da oferta de edifícios de qualidade durante o segundo semestre de 2012 e 2013, pelo que o valor da renda prime poderá vir a sofrer um ligeiro ajustamento.”

Alargando a análise à Europa, revela a mesma fonte que “apesar do agravamento das perspectivas económicas em grande parte dos países na Zona Euro a curto prazo, as rendas e yields prime dos espaços comerciais da região mantiveram-se, em geral, estáveis no segundo trimestre de 2012”.

A CBRE apurou ainda que, dando continuidade ao padrão dos últimos trimestres, “as yields prime aumentaram ligeiramente nos três principais sectores imobiliários, reflectindo o elevado grau de prudência dos investidores e uma baixa actividade de transações. Contudo, as alterações nas yields permanecem moderadas, uma vez que ao longo do último ano as yields industriais e de escritórios para a zona UE-15 subiram apenas 12 pontos base. As yields no sector do retalho prime, apesar da subida verificada no segundo trimestre, pela primeira vez em doze meses, mantêm-se cinco pontos base abaixo do nível registado no período homólogo do ano anterior”.

Em comunicado de imprensa a consultora sublinha que as yields dos activos prime “subiram em apenas 21 dos 145 mercados monitorizados pela CBRE, em particular nos mercados do Sul da Europa como é o caso de Itália e Espanha, onde a procura por parte dos investidores diminuiu, bem como em algumas cidades regionais do Reino Unido, durante o trimestre”.

As rendas prime “registaram poucas variações no mercado industrial e no mercado de escritórios durante o segundo trimestre”, contudo, “verificou-se um movimento ascendente no sector do retalho, levando a uma subida de 2,3% no Índice de Rendas Prime da CBRE para a zona UE-15”. Segundo a CBRE, dos 19 mercados que registaram acréscimos das rendas no segundo trimestre, dez pertenciam ao sector do retalho.

Richard Holberton, Director do Departamento de Research da região EMEA da CBRE, afirmou: “Com a actividade de arrendamento e investimento muito exposta à atitude de cautela dos mercados, os ajustamentos nas rendas e yields prime mantêm variações graduais. Em parte, a aparente estabilidade pode indiciar um fluxo limitado de transações, mas o padrão de alterações das yields reflete cada vez mais um notório afastamento dos investidores dos mercados da zona do euro mais expostos à crise da dívida soberana. As rendas são essencialmente influenciadas pela dinâmica local, com a subida das rendas de retalho prime fortemente relacionada com a tendência dos retalhistas na procura as melhores localizações.”

Fonte: Construir

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