29 agosto 2012

IHRU quer recuperar 123 milhões de créditos concedidos para financiar 1.600 imóveis


Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana
O Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU) tem em curso mais de 70 processos para recuperar 123 milhões de euros que emprestou e de que não foi ressarcido em tempo útil, disse hoje o presidente do organismo.

Vítor Reis explicou que estão em causa financiamentos concedidos por aquele instituto público para um total de 1600 fogos, “um pouco por todo o país”.


“Não abdicaremos de um cêntimo que seja”, afirmou o responsável, explicando que, em alguns casos, o instituto procura ser ressarcido através da dação em cumprimento, ficando assim com fogos de valor equivalente à dívida.

“Todas as casas que o instituto está a recuperar de situações de incumprimento de crédito serão colocadas no mercado social de arrendamento”, adiantou o presidente do IHRU.

Vítor Reis explicou que, no âmbito da sua estratégia, o instituto está a fechar processos relativos a vários empreendimentos nas regiões autónomas, com empreiteiros que pediram a falência e que chegaram a acordo com o IHRU, precisamente através de dações em cumprimentos.

Referindo-se ao caso da cooperativa Realidade, de Matosinhos, que pediu a insolvência e deve 11 milhões de euros, dos quais 7,4 milhões ao IHRU, Vítor Reis repetiu que o instituto “não abdica de um cêntimo" dos seus créditos.

O caso fez hoje manchete no Jornal de Notícias e o presidente da cooperativa, André Martins, classificou a postura do IHRU neste caso de “lamentável”.

“Inaceitável é pretenderem fazer do IHRU o mau da fita, quando está em causa dinheiro de todos os contribuintes, que deveria ter sido amortizado em devido tempo e não foi, para casas que estão fechadas desde dezembro de 2009”, reagiu Vítor Reis.

O IHRU concedeu um empréstimo à cooperativa Realidade para 51 fogos, dos quais apenas seis foram vendidos, e Vítor Reis destaca que o instituto tem hipoteca sobre os restantes, espaços públicos e equipamentos sociais na envolvência, pelo que “é falso” que vá perder os créditos concedidos.

“Em sede de insolvência, reclamamos créditos com prioridade sobre os outros porque temos hipotecas”, frisou.

Vítor Reis, que assumiu a liderança do IHRU em fevereiro deste ano, admitiu que o próprio instituto "tem culpas" em parte das situações de incumprimento “porque andou, anos a fio, a financiar a construção nova, numa altura em que o mercado, pura e simplesmente, estava encharcado de casas”.

Fonte: iOnline

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