29 setembro 2012

Banif avança com pedido de insolvência de duas empresas do grupo CS


Grupo de Carlos Saraiva está a ultimar acordo com os bancos e a preparar entrada de activos no fundo ECS.

O Banif entrou com pedidos de insolvência de duas das empresas lideradas pelo empresário Carlos Saraiva. O banco reclama um total de 18,68 milhões de euros da Hersal Investimentos Turísticos, responsável pela Herdade dos Salgados, e da empresa Carlos Saraiva III – Investimentos Imobiliários, promotora do Hotel Vintage House. Estes pedidos – um com um valor de 18,6 milhões de euros e outro de 30 mil euros – entraram no Tribunal de Comércio de Lisboa no dia 21 de Setembro, numa altura em que o grupo está a ultimar o acordo com os bancos credores, soube o Negócios.


O grupo CS foi um dos mais afetados pela crise financeira imobiliária. O avolumar de dívidas fez com que, desde o ano passado, o empresário Carlos Saraiva esteja a tentar negociar com os bancos credores a reestruturação financeira do grupo. A 16 de Dezembro foi assinado um acordo entre o grupo hoteleiro e o BES, Banco Popular e BCP, com o objetivo de realizar o saneamento financeiro integral do grupo e o cumprimento até final de 2012, de todos os compromissos negociados e assumidos com os seus colaboradores e fornecedores. O Negócios soube, junto de fonte próxima do processo, que o acordo está preso por detalhes.

A recuperação do grupo passa pela transferência da totalidade dos seus ativos para um fundo de reestruturação de empresas, neste caso particular o ECS Capital, liderado por António de Sousa, onde o BES, BCP, CGD, BPI, Santander e Banif controlam 93,3%.

Em Fevereiro último, o "DN" noticiava que só a Hersal devia a 89 empresas cerca de 100 milhões e que estes credores aceitavam perdoar 50% da dívida. Um mês depois, Carlos Saraiva, numa carta aos trabalhadores, afiançava que "a Hersal tinha chegado a um acordo de princípio com o BES, Banco popular e BCP, de 14 de Dezembro de 2011, que pressuponha a entrega das unidades da Herdade dos Salgados e do Solar da Rede em troca do financiamento destinado à liquidação das dívidas para com os trabalhadores e fornecedores", como noticiou o jornal, "Publituris".

Durante este processo, os ativos do grupo CS terão desvalorizado, o que só para o BES significa uma perda de 35 milhões, segundo a mesma publicação dedicada ao turismo. A Hersal tentou que este encargo adicional passasse para o Banco Popular. O grupo terá acumulado dívidas que ultrapassam os 200 milhões de euros. Tudo indica que as dívidas aos trabalhadores e ao Estado serão pagas na integra. Já aos restantes fornecedores, estas deverão ser pagas em 50%.

Atualmente, o grupo CS tem abertos seis unidades hoteleiras, que estão a ser geridas pela "holding" CS Hotels & Resorts.

Em 2010, Carlos Saraiva previa abrir 10 unidades hoteleiras no Algarve, Lisboa e Alentejo, num investimento que rondava os 439 milhões. Dois anos antes, Saraiva assegurava que estava envolvido em investimentos que rondavam os 1,4 mil milhões de euros.


Fonte: Negócios

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