O montante de casas na posse dos bancos não pára de aumentar. No final de Junho, a CGD, BCP, BES, BPI, Santander e Montepio tinham já 4,6 mil milhões de euros em imóveis para venda, o que significa um acréscimo de 51% face ao período homólogo. Trata-se de casas entregues aos bancos como dação em pagamento, ou seja, casas entregues por famílias que não conseguiram continuar a cumprir com os pagamentos mensais do crédito à habitação.
A gravidade crescente desta situação já mereceu a atenção dos partidos com assento parlamentar. Na calha está um novo regime extraordinário que visa facilitar a renegociação dos créditos de forma a garantir que a dação em pagamento destes imóveis se torna a última via para bancos e famílias portuguesas. Os trabalhos são retomados esta semana e prevê-se a votação do diploma até ao final do mês.
A subida expressiva no montante de imóveis no balanço dos bancos também não é uma situação desejável para as instituições financeiras. Os seis maiores bancos acumulam perdas esperadas para estes activos (imparidades) no valor de 740 milhões de euros, ou seja, 16% do valor inicial do activo. Também as imobiliárias e as construtoras são pressionadas pela actual conjuntura, e acusam mesmo a banca de concorrência desleal. Isto porque, dado o excesso de casas para venda no balanço dos bancos, a concessão de crédito à habitação está hoje reservada, quase exclusivamente, para os imóveis dos próprios bancos. No entanto, em declarações ao Diário Económico na semana passada, a Autoridade da Concorrência diz não ter identificado quaisquer indícios de concorrência desleal por parte da banca.
Fonte: Económico
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