23 setembro 2012

Imobiliário: "Todos os mercados estão parados"

O mercado imobiliário português está a atravessar uma das piores fases de sempre. De acordo com um estudo divulgado pela consultora imobiliária Cushman & Wakefield, todos os segmentos do mercado "estão parados".

De acordo com a responsável da área de estudos de mercado da Cuhsman, Marta Costa, "praticamente não há investimento" em ativos imobiliários. No primeiro semestre deste ano apenas foram movimentados 116 milhões de euros, incluindo habitação, menos 37% que no mesmo período do ano passado e "um dos valores mais baixos dos últimos 15 anos".

Já nos centros comerciais, dos três que estavam previstos apenas abriu um e nos escritórios, realizaram-se "muito poucos negócios e principalmente renegociações com as rendas a serem revistas em baixa", acrescentou Marta Costa.

Além disso, adiantou ainda a mesma responsável, não há projetos novos a entrar no mercado, apenas remodelações, até porque a taxa de desocupação é já de 12,5%, a mais alta alguma vez registada, pode ler-se no estudo da Cushman.

As zonas de Miraflores e Algés são onde há agora a maior taxa de desocupação, com cerca de 200 mil m2 de escritórios à espera de inquilinos, ou seja, mais de 35% do total desocupado na Grande Lisboa.

Na hotelaria e turismo, "o que se vê são grupos hoteleiros a cair, como é o caso do grupo CS ou do Parque Alqueva", reparou ainda Marta Costa, acrescentando que, no primeiro semestre, se registou uma quebra muito grande nos proveitos dos hotéis para valores iguais a 2009 e 2010, que foram dos piores ano para o sector em Portugal.

De acordo com o estudo da Cushman, os proveitos de hotelaria caíram 3,8% no primeiro semestre em relação com o mesmo período do ano passado, para 770,1 milhões de euros. E os proveitos por dormida, "apresentaram o pior volume dos últimos cinco anos", caindo 2,8% para 45,91 euros.

A única boa notícia é a reabilitação urbana que tem estado a ter algum dinamismo nos últimos anos, principalmente na melhoria dos espaços públicos, com o aparecimento de novas zonas de lazer, como o Cais Sodré, o Terreiro do Paço ou Lx factory.

"Na reabilitação urbana há muito para sermos optimistas. Há muitas iniciativas pequenas, pequenas lojas e start ups de gente jovem que fez com que Lisboa ganhasse uma força anímica e que quando o apertar do cinto aliviar vão ser muito importantes", disse o diretor-geral da Cushman, Eric Van Leuven.

Fonte: Dinheiro Vivo

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