O inquérito à avaliação bancária, divulgado ontem pelo Instituto Nacional de Estatística, mostra que a trajectória descendente se mantém desde Setembro de 2008, altura em que a falência do Lehman Brothers deu origem a uma crise no sistema financeiro mundial. A quebra do preço dos imóveis é superior a 10% desde essa altura.
As dificuldades de liquidez e a necessidade de a banca desalavancar a actividade reflectem--se na quebra dos valores das avaliações bancárias. Estas avaliações dos imóveis determinam o montante máximo dos empréstimos. Os bancos só concedem até 80% do valor da avaliação bancária. Assim, ao descerem o preço a que avaliam os imóveis, conseguem diminuir ainda mais o montante dos financiamentos concedidos.
O valor médio de uma habitação em Portugal recuou, em Agosto, para 1028 euros por metro quadrado. Este preço representa menos cinco euros face a Julho deste ano e uma descida de 77 euros face a Agosto do ano anterior.
Em termos globais, o preço médio de uma casa de 100 metros quadrados em Portugal recuou 7700 euros no espaço de um ano. Desde Setembro de 2008, a quebra nos preços dispara para 11 700 euros.
Apesar de no panorama nacional a evolução dos preços não ser homogénea, todas as regiões registaram um decréscimo em comparação com Agosto do ano passado. No entanto, Lisboa foi a zona do país mais afectada, com uma desvalorização de 8,3%. A banca avalia o metro quadrado em 1125 euros. Um imóvel de 100 metros quadrados na região de Lisboa vale hoje menos 8900 euros do que em Agosto do ano passado.
Nas regiões autónomas, as habitações dos Açores sofreram o maior corte na avaliação dos bancos (-15,7%).
Do outro lado do barómetro, a menor quebra nos preços registou-se na zona norte do país (menos 5,8%).
Segundo os mesmos dados do INE, a Região Autónoma da Madeira é a mais cara: 1320 euros por metro quadrado, acima da média nacional. Também o Algarve e Lisboa têm valores superiores ao resto do país. Já os imóveis mais baratos localizam-se no centro do país.
Recentemente, a agência Fitch actualizou as suas estimativas para o mercado imobiliário português. Na sequência da deterioração das condições macroeconómicas nacionais, a agência de notação financeira considera que o preço médio das habitações em Portugal deverá cair mais 15%, o que, tendo em conta as reduções já ocorridas, agrava a desvalorização máxima para 28%. A agência não revela o horizonte temporal da queda de preços. No entanto, na anterior previsão, a agência estimava uma quebra de 10% no preço das casas.
Por segmentos, o valor médio de avaliação bancária dos apartamentos fixou-se em 1054 euros por metro quadrado em Agosto, uma desvalorização de 101 euros anual. Nas moradias, a redução não foi tão acentuada. O metro quadrado está agora avaliado em 980 euros, menos 52 euros face a Agosto do ano anterior.
Fonte: iOnline
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