Enquanto o edifício esteve em obras, os mesmos serviços estiveram a funcionar no edifício da Avenida Almirante Reis. “O objectivo da intervenção advém do longo processo de desgaste que este edifício sofreu ao longo de 250 anos”, afirmou Diogo Macedo, responsável técnico do Banco de Portugal, no âmbito da apresentação oficial das renovadas instalações.
O responsável lembrou que a intervenção teve o objectivo de reforçar as condições de segurança das instalações, designadamente em matéria de resistência anti-sísmica. “Podíamos abandoná-lo ou reconvertê-lo. Reconvertemos e instalámos o Museu do Dinheiro”, acrescentou Diogo Macedo.
As obras serviram também para recuperar a igreja de São Julião, que foi adquirida pelo Banco de Portugal em 1933. A Igreja, que já serviu de garagem e de local onde estavam instalados os cofres do banco, servirá como entrada do edifício que dará acesso ao Museu Dinheiro. Este será inaugurado no segundo semestre de 2013. “As pessoas não vão encontrar só moedas e notas. A ideia é humanizar e explicar que o dinheiro funciona como instrumento nas mãos das pessoas. Vamos procurar explicar que antes de haver dinheiro como nós hoje o entendemos, as pessoas usavam várias formas para resolver o problema da transacção do dia-a-dia. Vamos também mostrar uma zona com vários objectos que correram no mundo como dinheiro”, explicou Abreu Nunes, director do Museu do Dinheiro do BdP. A igreja de São Julião irá também ser palco de espectáculos culturais.
A entrada do museu tem um cofre-forte de grandes dimensões adquirido no século XX e que serviu para guardar as reservas de ouro portuguesas. “O mais fascinante deste projecto é a abertura à cidade do edifício. É quase a continuação da Praça do Município. Do ponto de vista urbanístico, este é um grande contributo do Banco de Portugal para a cidade”, afirmou Falcão de Campos, co-autor do projecto de recuperação arquitectónica com Gonçalo Byrne.
No âmbito desta intervenção está também a ser conservada a muralha mandada construir por D. Diniz, datada do século XIII, para proteger a cidade de Lisboa de ataques de corsários. Ainda foi encontrado um espólio de cerâmica islâmica e romana e uma necrópole com 300 cadáveres.
Fonte: Negócios
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