Antes de escolher a casa onde vai viver, decida se quer comprar ou arrendar. O dinheiro faz, neste caso, toda a diferença, e numa altura de elevado desemprego, acautele-se com um seguro. E não se esqueça de fazer um "pé de meia".
Quanto é que custa comprar uma casa? E arrendar? Estas são as questões base que deve colocar antes de tomar uma decisão. Ter casa própria é a ambição de muitos, mas dado o contexto actual, está ao alcance de muito poucos. Exige um elevado esforço financeiro logo à partida, fruto da política restritiva de crédito por parte da banca, o que faz do arrendamento uma melhor opção.
"Ter casa própria faz parte do ADN dos povos do Sul. Os do Norte da Europa olham para a questão da casa de outra forma: é o sítio onde se mora, não é o investimento de uma vida", diz Vinay Pranjivan, economista da Deco Proteste. Esta perspectiva sobre o imobiliário explica porque a grande maioria dos portugueses são proprietários, em vez de inquilinos.
Os últimos Censos, realizados em 2011, revelam que "73,5% dos alojamentos de residência habitual são ocupados pelo proprietário. Os alojamentos arrendados representam 19,7% das residências" em Portugal. "Em 2011, há mais 243.462 casas próprias e mais 46.479 casas alugadas do que em 2001", revela o mesmo relatório, demonstrando que a aposta na compra continua a ser vencedora.
Contudo, a crise está a obrigar a uma alteração no paradigma. Se há alguns anos obter crédito para comprar casa era relativamente fácil, com a crise, tudo mudou. A escassez de liquidez do sistema financeiro levou as instituições a tornarem-se bem mais restritivas na hora de darem crédito. A face mais visível dessa restritividade são os "spreads". De quase 0% passaram, em média, para mais de 3%. O que torna a compra mais cara do que o arrendamento
E mesmo quando há financiamento, não é a 100%. "O preço das casas é uma vantagem para quem quer comprar. Estão mais baixos do que há cinco anos. Mas já não há crédito a 100%", diz Vinay Pranjivan. Isso obriga a um esforço inicial que não está ao alcance de todos. À entrada, somam-se ainda os custos que superam, regra geral, os 5.000 euros.
Por isso, "se não se tem 30% do valor da casa, mais vale adiar a compra. Vá para o arrendamento", aconselha o economista da Deco. "As condições de acesso ao crédito são difíceis para a maioria das famílias e o arrendamento é uma alternativa mais flexível no caso de ser necessário mudar de cidade ou adaptar a alterações de rendimento familiar", diz Filipe Garcia, economista da IMF.
Casas a preços de saldo
"As excepções são os ‘bons negócios’ que podem ser feitos em termos de preço e condições de acesso ao crédito, nomeadamente nas casas que foram entregues às instituições financeiras devido a incumprimento e que estas estão a tentar colocar no mercado e nos casos em que os vendedores necessitam de vender quase a qualquer preço, beneficiando quem tenha poder aquisitivo imediato", acrescenta Filipe Garcia.
A CEO da REMAX defende que "a melhor opção é sem dúvida comprar". "Os preços estão em queda e quem tem capitais próprios pode encontrar verdadeiras oportunidades de negócio pois podem comprar agora, colocar a arrendar e vender daqui a uns anos quando o mercado estiver novamente a subir", diz Betriz Rubio ao Negócios (ver notícia). "Os que não têm como pagar um imóvel a pronto também podem comprar uma série de oportunidades que temos em carteira com condições especiais", remata.
Fonte: Negócios
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