Na última década, foi transacionado mais de 1 trilião de dólares (775 mil milhões de euros) em ativos imobiliários de retalho em todo o mundo, afirma a Jones Lang LaSalle no relatório "Redefining Retail Investiment", apresentado no ICSC 2012 Retail Real Estate World Summit.
O investimento direto em imobiliário de retalho foi, em média, de 100 mil milhões de dólares (78 mil milhões de euros) por ano desde 2004, atingindo, em 2011, os 122,5 mil milhões de dólares anuais (95 mil milhões de euros, refere a empresa de serviços financeiros e profissionais especializados em imobiliário. No ano passado, a atividade de investimento estrangeiro contabilizou quase metade de todo o investimento em retalho, quando, em 2004, o peso era de apenas um quarto. A consultora afirma que a atividade dos investidores estrangeiros deverá continuar em torno dos 50% do total dos volumes transacionados neste setor, impulsionando os volumes anuais de investimento para entre os 160 a 180 mil milhões de dólares (124 a 140 mil milhões de euros) até 2020, o que representa uma subida de 30 a 50% face aos níveis registados em 2011.
Outra das estimativas avançada pela análise é a de que o peso do setor do retalho no total do investimento imobiliário deverá fixar-se em 30% até ao final desta década, o que significa uma subida face aos 24% dos últimos dez anos. Os mercados em crescimento deverão contabilizar cerca de um quarto do investimento em retalho global até 2020, comparando com um peso de menos de 10% na atualidade. Já os mercados consolidados cairão de um peso de 83% para pouco mais de 60%. A China e a Índia lideram o índice Retail Real Estate Momentum, que consta no relatório da Jones Lang LaSalle, indicador onde são identificados os 20 países que apresentam maior vitalidade e ritmo de crescimento no imobiliário de retalho em termos globais.
Globalização mais rápida
Arthur de Haast, head de International Capital Group da Jones Lang LaSalle, afirma que "o número de destinos de investimento em todo o mundo aumentou, à medida que mercados em crescimento como a China, Brasil ou a Turquia estão a atrair investidores globais. Com a melhoria na qualidade e disponibilidade dos ativos de retalho, o aumento dos níveis de liquidez e os progressos na transparência imobiliária, o setor de investimento em retalho está posicionado para uma globalização mais rápida".
Michael Niemira, vice-presidente de research e economista chefe do ICSC - International Council of Shopping Centers, acrescenta que "muitas das crescentes oportunidades de investimento em imobiliário de retalho - identificadas no relatório da Jones Lang LaSalle - estão também a ser geradas pelo facto de um maior número de países estar a adotar os REIT (Real Estate Investment Trust)". O responsável acrescenta que estes veículos de investimento, "que aumentam a transparência e facilitam o investimento, cresceram muito nos últimos 40 anos, com 27 países a oferecerem já regimes financeiros desta natureza e outros sete - China, Índia, Indonésia, Nigéria, Quénia, Vietname e África do Sul - a considerar adotá-los. A facilidade de acesso a capital doméstico e estrangeiro e indicadores fortes de consumo deverão ser a base da plataforma sólida para o crescimento dos mercados imobiliários de retalho a nível global na próxima década".
Ásia-Pacífico concentra fluxos de capital
Assim, haverá uma reorganização geral dos fluxos de capital direcionados para a região da Ásia-Pacífico, sobretudo devido a indicadores demográficos favoráveis e ao crescimento da classe média. Em 2020, esta região deverá contabilizar 26% dos volumes globais de investimento imobiliário de retalho, crescendo dos atuais 22% e de apenas 11% registados em meados da década passada. O relatório da Jones Lang LaSalle estima que o continente americano se mantenha com um peso de 33% dos volumes globais de investimento em imobiliário de retalho até 2020, enquanto a região EMEA recuará para 41% (comparando com os atuais 45%).
À luz desta tendência, o capital institucional procura maior exposição ao retalho à medida que encontra condições demográficas globais mais favoráveis com o alargamento das classes de consumidores, e é atraído pelas qualidades defensivas do setor em tempos de incerteza. Esta propensão pode ser visível no crescente contributo do retalho para o investimento imobiliário global, que passou de 19%, em 2007, para 30%, em 2011. Este valor deverá situar-se perto dos 30% nos anos que restam até final da década, à medida que, quer investidores privados quer institucionais, procuram tirar proveito do potencial de crescimento de mercados de consumo em expansão.
O documento apresenta ainda o Retail Real Estate Momentum Index, que lista os 20 países com maior vitalidade de crescimento no imobiliário de retalho. A China e a Índia estão no topo da lista, apesar de os países do Sudoeste Asiático e da América Latina também se posicionarem de forma relevante. Em comentário a este índice, David Hand, head de Investimento para a China da Jones Lang LaSalle, refere que "não há dúvida de que a China oferece uma proposta interessante para os investidores globais. Não só está posicionada para se tornar o maior mercado de consumo do mundo, como se prevê que, em 2020, seja um mercado de 15 mil milhões de dólares anuais (12 mil milhões de euros) de investimento imobiliário em retalho".
David Hand acrescenta que "o cenário de investimento vai ser cada vez mais globalizado, impulsionado por uma classe média em crescimento, uma maior velocidade de urbanização, um crescimento forte do consumo e pela expansão significativa da qualidade das infraestruturas de retalho. A China é, definitivamente, o mercado a prestar atenção nesta década".
Fonte: OJE
0 comentários:
Enviar um comentário
Obrigado pelo seu comentário.