Reabilitar o construído continua a ser um imperativo ético para com as gerações vindouras, num quadro realista de um desejado desenvolvimento sustentado, e continua a ser também uma solução para a própria situação económica, sendo certo que este projeto poderá recuperar uns milhares de postos de trabalho perdidos neste sector, o que, só por si, é muito positivo.
Esta renovada e expressa esperança reacende-se, de novo, com a adoção (finalmente) de uma taxa liberatória sobre os rendimentos provenientes do arrendamento urbano. Com esta opção abrem-se perspectivas para a criação de condições mínimas que dinamizem o mercado do arrendamento, sem o qual não haverá reabilitação urbana digna desse nome.
O tempo dirá se estamos, ou não, a viver, neste final de 2012 uma espécie de ano zero da reabilitação urbana e do arrendamento, na fundada esperança que o próximo seja o ano um para uma recuperação, necessariamente lenta, neste sector que, assim, poderá ajudar a equilibrar situações que se adivinham muito difíceis para a Economia portuguesa e para os portugueses.
Essa boa notícia da adopção de uma taxa liberatória para os rendimentos provenientes do arrendamento urbano, aliada à opção de, pelo menos, fazer retardar os efeitos altamente negativos do brutal aumento do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) , pode ser uma janela de oportunidade para que o imobiliário português possa mostrar-se como fazendo parte da solução para a crise e não o contrário.
Está agora na hora de começarmos a Incentivar, com realismo mas de forma eficaz e clara, o desejável interesse dos investidores estrangeiros (e até de alguma poupança que ainda reste no mercado interno) que procuram refúgios seguros para as respetivos investimentos, mostrando que o mercado imobiliário português, ainda com espaço de crescimento, é um destino reconhecidamente alternativo.
Este esforço requer, no entanto, a conjugação de várias vontades e um acordo tácito entre todos quantos possam ter uma palavra a dizer neste sector da construção e do imobiliário, no sentido da valorização do nosso património e da recusa de soluções aparentemente fáceis que apenas conseguem desbaratar esta riqueza que ainda vamos aguentando.
Por Luís Lima, Presidente da APEMIP e Presidente da CIMLOP (Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa)
Fonte: APEMIP
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