Segundo os dados apurados, a procura de casas para arrendar continuou a crescer, embora a um ritmo mais lento, e as expectativas relativas ao arrendamento são positivas. O mercado de arrendamento continua assim a beneficiar das quebras nas vendas e pela limitação no acesso ao crédito para a compra de casa, restrição essa que leva as famílias a optar pelo arrendamento.
O valor das rendas tem vindo, contudo, a cair e as expectativas quanto à sua evolução mostram-se negativas. De acordo com o PHMS, tal pode ser o reflexo de um excesso de oferta no mercado, embora a redução dos rendimentos disponíveis das famílias possam também constituir um problema. Além disso, sublinha a mesma fonte que, existe alguma evidência de um desajustamento entre a oferta e a procura.
No mercado de compra e venda, fragilidade continua a ser a palavra de ordem tanto em termos de preços como de actividade e expectativas. Ainda assim, continua, “apesar dos preços e das transações continuarem a cair, estas últimas têm vindo a cair ao ritmo mais lento desde que o inquérito foi lançado, em Setembro de 2010”. Permanece a dúvida se este abrandamento indica se os preços se estão a aproximar dos níveis de mercado desejáveis.
Ricardo Guimarães, Director da Confidencial Imobiliário, sublinha: “O sentimento entre os agentes é de grande tensão, o que se justifica por vários factores que têm limitado as vendas residenciais. Naturalmente, as restrições no acesso ao crédito permanecem como a principal causa, seguindo-se a conjuntura económica e as medidas de austeridade impostas pelo Governo Português, todas elas contribuindo para a redução dos rendimentos das famílias.”
Josh Miller, Economista Sénior do RICS, acrescenta: “Os preços das casas continuam em queda, mas a actividade no mercado de arrendamento está em crescimento, uma vez que as famílias que não conseguem aceder ao crédito à habitação optam por arrendar. Apesar do aumento da procura, as rendas têm caído, esperando-se que assim permaneçam no curto prazo. A redução do rendimento disponível, um excesso de stock no mercado de arrendamento e um possível desajustamento entre a oferta e a procura são aspectos a considerar”.
Fonte: Construir
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