12 outubro 2012

Procura de habitação para arrendamento continua a crescer


Embora, ainda, a um ritmo moderado é visível, contudo, o aumento da procura de casa para arrendamento, especialmente nas cidades de Lisboa e Porto. O mercado de arrendamento habitacional português continua em alta face ao mercado de compra e venda, mostram os dados de agosto do Portuguese Housing Market Survey (PHMS), documento produzido pelo RICS e pela Confidencial Imobiliário.


A procura de casas para arrendar continuou a crescer, ainda que a um ritmo mais lento, e as expectativas relativas ao arrendamento são positivas. Este mercado continua a beneficiar das quebras nas vendas e pela limitação no acesso ao crédito para a compra de casa, restrição essa que leva as famílias a optar, muitas vezes, pelo arrendamento.

O valor das rendas tem vindo, contudo, a cair e as expectativas quanto à sua evolução mostram-se negativas. De acordo com os dados do PHMS, “tal situação pode refletir um excesso de oferta no mercado, embora a redução dos rendimentos disponíveis das famílias possam também constituir um problema”. Além disso, existe também alguma evidência de um desajustamento entre a oferta e a procura. De acordo com os profissionais a atuar no mercado o desencontro entre a oferta, com preços elevados, e a procura, a valores mais baixos, constitui um dos maiores entraves à concretização das mais operações de arrendamento.

No mercado de compra e venda, a fragilidade continua a ser a palavra de ordem, quer em termos de preços, quer de atividade e expectativas. Ainda assim, e apesar de os preços e as transações continuaram a cair, estas últimas têm vindo a cair ao ritmo mais lento desde que o inquérito foi lançado, em Setembro de 2010. Permanece a dúvida se este abrandamento indica se os preços se estão a aproximar dos níveis de mercado desejáveis.

Na opinião de Ricardo Guimarães, diretor da Confidencial Imobiliário, “o sentimento entre os agentes é de grande tensão, o que se justifica por vários fatores que têm limitado as vendas residenciais. Naturalmente, as restrições no acesso ao crédito permanecem como a principal causa, seguindo-se a conjuntura económica e as medidas de austeridade impostas pelo Governo Português, todas elas contribuindo para a redução dos rendimentos das famílias.”

Já Josh Miller, economista sénior do RICS, salienta que “os preços das casas continuam em queda, mas a atividade no mercado de arrendamento está em crescimento, uma vez que as famílias que não conseguem aceder ao crédito à habitação optam por arrendar”. Apesar do aumento da procura, as rendas têm caído, esperando-se que assim permaneçam no curto prazo. Na sua opinião, “a redução do rendimento disponível, um excesso de stock no mercado de arrendamento e um possível desajustamento entre a oferta e a procura são aspetos a considerar”.

Fonte: Público

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