16 novembro 2012

Sonae Sierra planeia "continuar a crescer" no Brasil


Gestora imobiliária detida em 50% pela Sonae SGPS tem "liquidez" para investir em novos projectos com "potencial de crescimento" no Brasil, mas não a qualquer preço.

A Sonae Sierra, detida em partes iguais entre a Sonae SGPS e a britânica Grosvenor, está à procura de “aquisições com potencial de expansão e de novos desenvolvimentos no Brasil”, afirmou esta quinta-feira Edmundo Figueiredo, administrador financeiro da gestora na conferência de analistas sobre os resultados trimestrais.


O tema começou quando o analista questionou a gestão presente: “poder-me-iam dar algum tipo explicação porque é que a Sonae Sierra detém um tal volume de dinheiro (‘cash’ no original) presentemente?”

Uma das origens da liquidez, recordou o CFO, foi a venda recente de três activos. “Estamos a vender um certo número de activos porque acreditamos que não são estratégicos para nós em termos de mercado brasileiro, porque não os controlávamos”. Optou assim a administração por vender os activos em território brasileiro, o que foi feito “com sucesso”, advogou, justificando: “porque vendemos esse activos pelo menos 10% acima da avaliação brasileira”.

Em comunicado ao mercado no dia 6 de Novembro, a Sonae Sierra, liderada por Fernando Oliveira (na foto), informou que a sua participada Sonae Sierra Brasil acordou “a venda da sua participação em três centros comerciais - 51% no Shopping Penha, 30% no Tivoli Shopping e 10,4% no Pátio Brasil Shopping - pelo valor global de 212,9 milhões de reais, cerca de 81 milhões de euros”.

Sem pressa para comprar

Mas quanto ao Brasil, que não haja dúvidas, seguindo as palavras do CFO: “tencionamos continuar a crescer. E ter dinheiro é o passo principal para ter possibilidades de iniciar caminhos de crescimento, sobretudo através de promoção [imobiliária] e aquisições. É esse o motivo pelo qual temos dinheiro que ainda não gastámos, porque não encontrámos oportunidades que coincidem com os nossos objectivos”.

Dois alertas contudo: todas as aquisições a fazer pela Sonae Sierra terão de ter “potencial de expansão”, e os activos não são adquiridos a qualquer preço. “Não estamos com pressa e por isso não cometeremos erros em adquirir imóveis para desenvolvimento” em oportunidades de compra “que não correspondam aos nossos critérios, nomeadamente de rendibilidade”, garantiu o CFO.

Até porque o território brasileiro está a sofrer alterações, também à conta da transformação imobiliária provocada pelo Campeonato Mundial de Futebol (2014) e das Olimpíadas (em 2016). “Está a tornar-se cada vez mais difícil no Brasil, uma vez que os preços dos terrenos e da construção estão a encarecer e isso torna ainda mais difícil equilibrar os números”.

Fonte: Negócios

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