31 dezembro 2012

Quer ganhar dinheiro em 2013? Evite investir no imobiliário português


Quer rentabilizar o seu dinheiro em 2013? Então deverá reduzir a sua exposição ao imobiliário português. O conselho é feito pela Associação de Defesa do Consumidor (Deco) que alerta para, no caso de ter fundos de investimento imobiliários, pensar em resgatá-los.

A explicação é simples: nos 12 meses, que terminaram em Outubro, os fundos imobiliários abertos renderam, em média, 1,5%, ou seja, abaixo da inflação registada neste período. E para os próximos anos o cenário não é animador, já que há a expectativa de as rendibilidades continuarem a degradar-se. A associação diz ainda que “não recomenda compras directas de imóveis para investimento, a menos que seja uma situação oportunística e o valor da aquisição seja substancialmente inferior ao valor médio de mercado”.


Aliás, o actual nível de rendas e os encargos associados à propriedade de um imóvel tornam as rendibilidades líquidas pouco atractivas, sendo em média inferiores a 3% ao ano. A par disso, os investidores deverão ainda contar com uma descida dos preços dos imóveis. Uma tendência que se tem verificado nos últimos anos e, ao que tudo indica, deverá permanecer nos próximos.

“Até 2010, o imobiliário português resistiu relativamente bem à crise, mas a partir de 2011 o preço das habitações começou a descer. Nesse mesmo ano, os preços desceram 3,6% em termos reais”, refere a Deco. No entanto, a mesma acrescenta que esta desvalorização foi inferior à que foi registada em alguns países, como a Irlanda (-15,2%) e Espanha (-10%).

PREÇOS DESCEM A verdade é que o envelhecimento da população e o aumento do número de habitações juntam-se à crise para arrastar os preços dos imóveis. “Ao perder a população activa presente e futura, o mercado imobiliário ressente-se por duas vias: uma redução de potenciais compradores, já que historicamente os jovens adultos ao constituírem família são os que mais contribuem para dinamizar a procura de imóveis e, por outro lado, assiste-se a um aumento dos alojamentos vagos ou para venda”, refere a Deco.

A associação lembra ainda que, apesar de, nos últimos 20 anos, a população ter crescido 7%, o número de alojamentos familiares subiu 40%. Parte dessa construção foi absorvida, mas mesmo assim o número de alojamentos vagos continua elevado. Isso acaba por criar pressão para os preços descerem e para aumentar o tempo médio de venda. “Parte das novas construções foi absorvida pela classe média e média alta através de residências secundárias, mas não foi suficiente”, acrescenta a associação.

Em simultâneo, assiste-se a um aumento do número de execuções hipotecárias e das penhoras. Segundo as contas da Deco, só as Finanças venderam 25 mil imóveis penhorados aos contribuintes nos primeiros dez meses do ano. “A esse ritmo, a autoridade fiscal penhora anualmente 0,5% dos imóveis existentes no país”.

Também o número de casas entregues à banca não pára de aumentar. “As perspectivas de aumento do desemprego, do aumento da carga fiscal – em particular o Imposto Municipal sobre Imóveis – e a consequente redução do poder de compra diminuem a confiança no sector imobiliário”, conclui a associação.

Fonte: iOnline

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