25 janeiro 2013

Estado vende mais de 22 mil campos de futebol em terras


A Lazer e Floresta – Empresa de Desenvolvimento Agro-Florestal, Imobiliário, Turístico e Cinegético, gere 20 mil hectares de terra, um pouco mais que o equivalente a 22 mil estádios de futebol, activos que em breve deverão passar para as mãos de privados, não através da venda individualizada de propriedades, mas pela alienação da própria Lazer e Floresta.

O modelo de privatização ainda não está definido, mas uma das formas possíveis é a cisão da empresa, já que as propriedades que tem sob a sua gestão compreendem projectos bastante diversos em termos estratégicos, mas, e sobretudo, em dimensão.

A empresa detida pela Parpública, como as restantes participações sociais do Estado, facturou o ano passado cerca de 9 milhões de euros. O presidente da empresa, Luís Catarino da Costa, disse ao i que 2012 foi um ano dentro “da média e o mercado está a reanimar”.

Actualmente a Lazer e Floresta tem para venda 49 propriedades, algumas com uma dimensão que já pode ser considerada razoável. “Procuramos vender as que têm maior vocação agrícola e florestal e reservamos as maiores, que podem ter como objectivo de investimento o turismo/imobiliário”, explicou ao i Catarino da Costa.

É o caso da Herdade de Vale dos Reis, cerca de 3165 hectares em Alcácer do Sal, onde a Lazer e Floresta está a de- senvolver um projecto turístico. “A propriedade tem diversas valências – conta Catarino da Costa –, que vão do montado de sobro ao eucalipto e ao pinheiro manso, passando pelo arrozal e pela zona de caça turística (tem uma actividade cinegética forte). O projecto turístico tem vindo a ser desenvolvido paulatinamente, por agora apenas do ponto de vista administrativo, até devido às restrições que têm vindo a ser feitas, mas com segurança, obtendo todas as aprovações de natureza urbanística que permitirão avançar com o resto num futuro mais ou menos próximo.”

No site da empresa é possível consultar as propriedades que já alguma vez estiveram para venda, o que normalmente acontece cerca de três anos depois de estas terem sido adquiridas pela Lazer e Floresta. O presidente da companhia garante que até hoje a empresa nunca vendeu uma propriedade abaixo do valor da compra, e na verdade até “sempre com uma valorização razoável em relação ao preço de mercado”.

Assim, a Herdade da Revilheira (em conjunto com Espinhais e Picão), em Reguengos de Monsaraz, é uma das que se mantêm em carteira. Os preços oferecidos no concurso público lançado o ano passado não eram satisfatórios e a Lazer e Floresta optou por não vender. “Há padrões de valores que têm de ser atingidos. As propostas que recebemos reflectiam uma fase muito depressiva do mercado e não atingiram os montantes pelos quais o conselho de administração admitia fazer a venda”, afirma Catarino da Costa.

A propriedade já esteve ao abandono, mas o presidente da Lazer e Floresta diz que actualmente estão a ser desenvolvidas diversas actividades. “A propriedade tem um guarda e foram feitos contratos de cedência, um rústico e um de campanha, para exploração e produção de feno para gado. Existe também um contrato de concessão para a zona de caça associativa e outro para explorar a pequena vinha que lá existe.”

Ou seja, as propriedades que não são vendidas são exploradas nas suas várias vertentes e vão sendo valorizadas e rentabilizadas até à venda. Por exemplo, diz o presidente da Lazer e Floresta, “estamos a desenvolver um estudo para aferir as potencialidades da Herdade da Revilheira do ponto de vista turístico/imobiliário e temos tido algumas reuniões com o presidente da Câmara de Reguengos para avaliar diversas possibilidades”.

Desde 2000, o montante das vendas de propriedades e activos biológicos (eucalipto, madeira de pinho e cortiça) totalizou, no seu conjunto, “muito perto de 115 milhões de euros. Todas as vendas foram feitas a preços acima do valor das avaliações”, garante Catarino da Costa.

Fonte: iOnline

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