29 janeiro 2013

Hotéis de Lisboa têm a receita mais baixa entre 18 cidades europeias


A hotelaria de Lisboa não prosperou em 2012, mas sobreviveu. No conjunto de 19 cidades europeias, só Zurique enfrentou mais dificuldades do que Lisboa. A capital portuguesa está entre as cidades europeias que enfrentaram maiores dificuldades em 2012.

De acordo com o estudo “European Cities Hotel Forecast 2013 – Thriving or surviving” realizado pela PwC, a hotelaria lisboeta registou a receita mais baixa no conjunto das cidades analisadas e a segunda maior quebra no valor: 53,71 euros por quarto, menos 6,5% face a 2011. Só Zurique viu as receitas recuarem mais (6,6%). Do outro lado do barómetro, Dublin, Praga e São Petersburgo apresentaram a melhor evolução.

A taxa de ocupação dos hotéis de Lisboa não foi além de 63,4% de Janeiro a Dezembro do ano passado, uma quebra de 3,3% face ao ano anterior. Os preços fixaram-se em 83,67 euros, uma descida de 2,89 euros por quarto.

“Lisboa teve um 2012 fraco devido à crise económica no país e no exterior”, avalia a PwC.

Este ano, os vários indicadores devem registar ligeiras melhorias. A taxa de ocupação dos hotéis da capital deve fixar-se nos 63,5%, o preço médio das diárias em 84,15 euros e a receita por quarto em 53,45 euros. Estes valores colocam Lisboa com um despenho abaixo da média estimada para as 19 cidades europeias analisadas no estudo. Segundo as contas da PwC, as receitas por quarto dos hotéis de Lisboa vão ser 38,4 euros inferiores à média, enquanto o preço praticado vai ser menor em 46,7 euros. Já a taxa de ocupação em Lisboa vai estar 6,3 pontos percentuais abaixo da média.

No ranking global, Lisboa posiciona-se na 17ª posição com a taxa de ocupação e o preço mais baixos em 2013. As receitas de 53,43 euros por quarto posicionam Lisboa no penúltimo lugar da tabela.

“Novos mercados têm vindo a apoiar a resistência de Lisboa durante a crise do turismo”, afirma Cristina Siza Vieira, directora da Associação Portuguesa de Hotéis. O turismo brasileiro foi um dos que registou maior crescimento.

O peso dos “turistas de negócio” recuou em 2012, ao mesmo tempo que surgiram 700 novos quartos, aumentando a oferta total em cerca de 4%.

A recessão económica deverá afectar um terço dos planos de viagens dos europeus em 2013. “Se a crise internacional se acentuar, as perspectivas para a hotelaria agravar-se-ão”, adverte a PwC.

O baixo crescimento económico e falta de confiança dos consumidores em quase toda a Europa torna mais difícil ganhar novos clientes este ano. “A concorrência pelos mesmos clientes será intensa, sendo que os hotéis devem manter-se focalizados nos seus negócios e na fidelização. O envolvimento com os consumidores é fundamental”, recomenda o estudo. A concorrência no sector do turismo vai estar marcada pelo desempenho dos BRIC’s [Brasil, Rússia, Índia e China].

Paris, Londres e Edimburgo continuam na liderança como as cidades com maior taxa de ocupação, enquanto São Petersburgo e Moscovo apresentam o maior crescimento. Entre as cidades mais caras, estão Paris, Genebra e Zurique.

A PwC diz ser pouco provável o regresso a um crescimento estável na Europa, a curto prazo. E deixa um alerta para a capital espanhola: “Madrid deverá adoptar estratégias de sobrevivência dadas os reduzidos crescimentos esperados para as taxas de ocupação e preços médios diários”.

Em 2012, abriram cerca de 45 mil novos quartos de hotel e 54 mil estão em construção em toda a Europa.

Fonte: iOnline

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