Imobiliárias apostam no "space planning"

A crise, o aumento do desemprego e do encerramento de empresas tem um forte impacto no setor dos escritórios e desde 2007 que a área arrendada por ano tem vindo a diminuir. Perante esta realidade, as consultoras imobiliárias, que sempre tiveram um papel relevante enquanto mediadores neste tipo de operações, têm procurado diversificar o seu negócio e a arquitectura e o planeamento de espaços tem sido uma das apostas. 

Por exemplo, na Jones Lang LaSalle, a área de arquitectura é das que mais tem crescido nos últimos anos e, em 2012, voltou a evidenciar-se mais que duplicando a faturação. No total, esta consultora concluiu 42 obras destas em 2012, num total de 15 mil m2.

Na prática, o que estes departamentos fazem é organizar o espaço da melhor forma para que a empresas não estejam a pagar mais m2 do que aqueles que realmente precisam, servindo como conselheiros das empresas sobre qual a melhor opção a tomar.

"Através do nosso departamento de arquitectura conseguimos optimizar a utilização dos espaços numa lógica de contenção de custos que não seja limitativa à desejável produtividade e esta pode ser conseguida numa mudança de instalações ou na remodelação das instalações atuais", explicou ao Dinheiro Vivo, o director do departamento de escritórios da Aguirre Newman, Eduardo Fonseca.

Outra área que tem crescido nas consultoras nos últimos dois anos é a gestão de imóveis. A Cushman & Wakefield é um exemplo disso, mas também a Jones Lang La Salle, que em 2012 angariou 234 mil m2 de área. Neste caso, as consultoras ficam responsáveis pela manutenção dos edifícios, das renegociações das rendas ou dos períodos de carência.

Aliás, as renegociações têm sido uma constante nos últimos dois anos. Com as quebras nas receitas, as empresas têm pedido aos proprietários para baixar as rendas, dar períodos de carência maiores ou alargar os prazos dos contratos e alguns têm mesmo aceite a alteração das condições sob pena de ficarem com os espaços vazios.

Fonte: Dinheiro Vivo