28 fevereiro 2013

95% das casas já estão avaliadas para efeitos de IMI


Em mais de metade dos distritos, os trabalhos de avaliação das casas pelas regras do imposto municipal sobre imóveis (IMI) já ultrapassam os 95%. Este processo de avaliação geral ficará concluído até ao final de março, sendo que este é também o mês em que os proprietários de imóveis urbanos (terrenos incluídos) começam a receber a nota de liquidação do IMI.

O andamento do processo de avaliação é um dos temas que serão analisados pelos representantes da troika durante o sétimo exame regular a Portugal, depois de na avaliação anterior se ter verificado a necessidade de alargar o prazo de conclusão para este processo - que passou de dezembro de 2012 para março deste ano. Ao DN/Dinheiro Vivo, o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais referiu que o processo "está a correr dentro do previsto" e que a maioria dos distritos já tem os trabalhos de avaliação concluídos em mais de 95%".

Para muitos proprietários, o resultado desta avaliação irá traduzir-se numa subida do valor do imposto a pagar, até porque há casas em que o valor patrimonial tributário determinado pelas regras do IMI resultou em subidas da ordem dos 500%. Para muitos, o IMI deste ano será, na pior das hipóteses, 75 euros mais alto do que o valor pago no ano passado.

Dos 4,9 milhões de imóveis que estão a ser alvo deste processo de avaliação geral, estavam por avaliar 900 mil no final de dezembro. Quando este processo arrancou, as estimativas oficiais apontavam para que 80% dos proprietários ficasse a pagar mais de IMI. Se este cenário se confirmar, as notas de liquidação do imposto que a partir de amanhã podem começar a ser emitidas deverão refletir contas mais pesadas em 3,92 milhões de casos.

Os restantes 20% poderão ver o IMI baixar, porque o valor patrimonial das suas casas pode não ter sofrido grandes alteração face ao que já tinham, sendo que agora passam a estar sujeitos a uma taxa de imposto mais baixa - que no máximo pode ir até 0,5% (ver texto ao lado).

Esta subida do IMI surge numa altura em que muitas famílias viram o seu rendimento mensal líquido baixar (por causa do IRS) e têm já prestações do empréstimo da casa em atraso. Para evitar sobressaltos maiores - e um aumento de potenciais casos de penhoras -, foi criada uma cláusula de salvaguarda que trava a subida do IMI em 2013 e 2014. Neste período, cada proprietário abrangido por esta avaliação geral dos imóveis pagará no máximo mais 75 euros do que o valor despendido no ano anterior ou um terço da diferença entre o novo montante o o pago antes. Para quem já tinha a casa avaliada pelas regras do IMI, porque a adquiriu depois de dezembro de 2003, o valor do IMI pode também subir caso o imóvel esteja situado num dos concelhos que decidiram aplicar a taxa máxima possível - e que este ano passou a ser de 0,5%, contra os 0,4% que vigoraram até agora.

De fora destas mudanças ficam aqueles que estão ainda a beneficiar da isenção do IMI e os que têm mais baixos rendimentos, para os quais está prevista uma cláusula de salvaguarda que impede saltos bruscos no valor do imposto enquanto mantiverem esta situação de fragilidade económica.
Fonte: Dinheiro Vivo

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