O mercado do arrendamento em Portugal é ainda um negócio de oportunidade. Às casas novas ou usadas que sempre foram exclusivamente para arrendar, juntam-se agora as que não se conseguem vender e até as que estavam fora do mercado.
As antigas casas das porteiras são um exemplo disso, e neste momento - tendo em conta que uma renda média de um T2 (a tipologia mais procurada) em Lisboa ronda os 700 a 800 euros e no Porto, os 650 euros - estes imóveis têm mesmo das rendas mais baixas do mercado.
“A figura da porteira está a desaparecer e como são casas mais pequenas, algumas só com kitchnettes, estão a ser arrendadas a preços muito baixos e temos casos de imóveis destes que custam 400 euros em Lisboa ou 350 euros, por exemplo, na Damaia”, contou ao Dinheiro Vivo, a CEO da Remax em Portugal, Beatriz Rubio, salientando, no entanto, “que estas casas são perfeitas para estudantes ou solteiros”.
Contudo, diz o presidente da Associação de Inquilinos Lisbonense, Romão Lavadinho, como a oferta de casas para arrendar tem vindo a crescer já começam a aparecer T1 a preços semelhantes. “Os proprietários preferem receber menos do que não ter nada e até aceitam negociar as rendas existentes”, disse, referindo que isto já se passa nas casas mais caras. “Conheço um proprietário que já baixou a renda de 1400 para 1000 euros”, contou.
O presidente da Associação Lisbonense de Proprietários (ALP), Menezes Leitão, sustenta esta tese e repara mesmo que, “nas rendas novas está a haver um processo de deflação” e que os preços “já desceram uns 10% desde o início desta crise”. Contudo, na opinião das imobiliárias e de Romão Lavadinho, ainda não é o suficiente para estimular o mercado.
“As rendas estão a ajustar-se lentamente. Só vão haver preços mais baixos quando entrarem ainda mais casas no mercado”, disse ao Dinheiro Vivo o director-geral da Era Imobiliária, Miguel Poisson, acrescentando que esse fenómeno já está, no entanto, a começar a acontecer.
Fonte: Dinheiro Vivo
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