14 fevereiro 2013

Retalho conta com a entrada de 190.000m2 até 2014


De acordo com dados divulgados pela Worx, o segmento de retalho vai contar com mais 190.000m2 disponíveis até 2014.

À semelhança de 2012, este segmento continua a ser um dos setores mais afetados pela crise e pela maturidade do segmento, que tem originado uma performance negativa.
Assim, tem-se assistido a um aumento residual da área bruta locável devido aos atrasos sucessivos e ao abandono de vários projetos em pipeline. Por sua vez, o mercado de centros comerciais está a passar por uma fase de reestruturação, em que mais do que a expansão, o enfoque se encontra na gestão, renovação e mesmo introdução de novos conceitos.

O ano de 2012 não registou qualquer abertura de centros comerciais, e entraram no mercado duas unidades comerciais no formato de retail parks, o Multiusos Oriente em Loures, com 6.500m2 e o City Park das Caldas da Rainha, com 5.440m2. Mantém-se assim o stock de ABL em cerca de 3,6 milhões de m².

Apesar de esta ter sido a entrada mais baixa de sempre no mercado, estão previstas cinco novas unidades comerciais entre 2013 e 2014 com construção iniciada ou prestes a iniciar. As unidades previstas totalizam cerca de 190.000m² de ABL dos quais apenas 20.000m² são correspondentes a outros formatos de Retail.

Atualmente, muitos shoppings têm sido alvo de obras de remodelação e beneficiação e houve mesmo alteração de conceitos como é o caso do Odivelas Parque - atualmente Strada Shopping & Fashion Outlet – que se transformou no primeiro outlet na periferia imediata de Lisboa com a presença de lojas de várias insígnias de moda.

Simultaneamente existem conceitos e marcas que estão a aproveitar o atual contexto para entrarem e se afirmarem no mercado. É o caso da Primark que tem vindo a expandir a sua rede de lojas tendo já anunciado a abertura de uma loja no Colombo em 2013.

No que diz respeito ao comércio de rua, este vem vindo a mostrar-se cada vez mais imoprtante enquanto alternativa de investimento. A localização tem-se mostrado um fator crucial, e apenas lojas localizadas nas principais artérias tendem a atrair a atenção de investidores. O Chiado e a Avenida da Liberdade afirmam-se como as zonas prime de comércio de rua concentrando o interesse dos principais retalhistas e conseguindo mesmo atrair insígnias internacionais muito relevantes. No Chiado em 2012 abriram um conjunto de lojas de que se destacam a Salsa, Amorino, Tous, Zara Home, Perfumes & Companhia, Padaria Portuguesa, Loja da Burel e Livraria Taschen.

Por sua vez, a Avenida da Liberdade continua a atrair as insígnias de luxo mais relevantes. Em 2012 abriram nesta artéria a Gucci, Stivali, Miu Miu, Boutique dos Relógios Plus e a Officine Panerai, estando igualmente prevista a abertura da Cartier em 2013. A zona do Príncipe Real tem igualmente vindo a ganhar dinamismo afirmando-se como uma zona trendy, tendo aberto no ano passado nesta zona a American Vintage, Nuno Gama e Amélie au Theatre.

Paralelamente, tem-se assistido à expansão do conceito de lojas de proximidade com a abertura de um conjunto de lojas de restauração e alimentares, de que é exemplo a Padaria Portuguesa.

A performance deste setor está longe dos valores praticados há alguns anos, e está a verificar-se um reforço da tendência já verificada desde 2011 de renegociação em baixa dos valores de renda, registando-se reduções entre os 20% e os 40%.

Verifica-se, assim, uma descida generalizada dos valores de renda, mais acentuada em superfícies comerciais secundárias, bem como em zonas cujo comércio local não apresenta tanta força. Em localizações prime, os valores de arrendamento permanecem elevados, com valores entre os 50 e os 85€/m²/mês no Chiado e Avenida da Liberdade.

2013 deverá ser um ano de maior queda no consumo, nomeadamente devido à pouca confiança no mercado, à incerteza do futuro e às várias medidas de austeridade. Isto deverá conduzir a uma redução dos níveis de consumo, influenciando assim a performance do segmento de retalho. As superfícies comerciais mais maduras serão as mais capacitadas para ultrapassar um ano complicado e a reequação de alguns dos projetos tenderá a ser uma preocupação futura para este segmento.

Prevê-se igualmente a manutenção da atratividade do comércio local, dos níveis de procura por localizações prime e da escassez da oferta de espaços adequados aos requisitos desta procura.

Fonte: VI

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