O imobiliário português parece estar cada vez mais atrativo para os investidores estrangeiros de fora da Europa. Depois dos brasileiros e dos angolanos, são agora os russos, chineses, asiáticos e os países do Médio Oriente que estão à procura de oportunidades para aplicar o seu dinheiro.
De acordo com o director-geral da consultora imobiliária CBRE, Francisco Horta e Costa, estes investidores procuram casas de luxo mas também edifícios institucionais, com os quais esperam obter algum rendimento.
É o caso das lojas da Avenida da Liberdade e da Rua Garret, em Lisboa, arrendadas a marcas de luxo, ou de centros comerciais de primeira linha, como o Colombo ou o NorteShopping, que mantêm um elevado número de visitantes. Ou ainda dos edifícios de escritórios nas principais avenidas de Lisboa ou no Parque das Nações, mas apenas aqueles que "tenham contratos de arrendamento de longo prazo e inquilinos de qualidade".
No entanto, a procura tem variado conforme a nacionalidade. Segundo Horta e Costa, tem havido empresas do Médio Oriente a comprar "casas por atacado para depois vender no seu país de origem" e há exemplos de russos que procuram edifícios de habitação para reabilitar nas zonas históricas das cidades. Já os brasileiros procuram mais as lojas e os edifícios de escritórios, principalmente "aqueles que sejam bem geridos porque não querem ter trabalho a geri-los".
Os centros comerciais, acrescenta ainda Horta e Costa, são mais procurados pelos investidores europeus que, apesar de estarem mais afastados de Portugal neste momento, continuam atentos e a preferir este tipo de ativos que lhes é mais familiar.
E "os chineses estão à procura de casas e nalguns casos são mesmo para viver porque querem ter uma base na Europa que lhes permita mover-se à vontade no espaço schengen e que lhe permita gerir os seus negócios na Europa e noutras geografias à distância", explicou Miguel Marques dos Santos, advogado da Garrigues especialista em imobiliário.
Contudo, "isto são exemplos e não uma tendência. Ainda é muito difícil estabelecer uma tendência. Por exemplo, os chineses que procuram casas surgiram por causa dos Gold Visa que permitem ter visto de residência se comprarem uma casa de valor igual ou superior a 500 mil euros", disse o especialista da Garrigues.
Esta sociedade de advogados e a CBRE lançaram hoje um guia para investidores estrangeiros com todos os dados necessários sobre Portugal. Além de uma breve apresentação de Portugal e descrição do território e do estado da economia, o guia inclui ainda uma evolução do mercado imobiliário comercial dos últimos dez anos e o enquadramento legal e fiscal do país.
Fonte: Dinheiro Vivo
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