Os resultados do PHMS de Fevereiro de 2013 destacaram, uma vez mais, o fraco desempenho do mercado de compra e venda residencial, o que acontece desde o 3º trimestre de 2011. Tal contrasta com a força do mercado de arrendamento.
No mercado de compra e venda manteve-se a trajetória descendente tanto para as transações como para os preços, tendo o saldo de respostas relativas a preços estabilizado em -61. Este valor traduz que mais 61% dos respondentes reportaram quedas de preços em vez de aumentos.
Uma boa notícia prende-se com o facto de as novas instruções de compra mostrarem sinais de estabilização. Não só o saldo de respostas nacional melhorou de -11 para -1, atingindo o valor menos negativo desde que o inquérito se iniciou em Setembro de 2010, como esta melhoria se manifestou nas 3 regiões em análise.
Além disso, o índice de confiança nacional, medida composta baseada nos preços e expectativas relativas a vendas, progrediu 13 pontos, passando de -44 para -31, o nível mais alto em mais de dois anos.
É também de notar que os promotores imobiliários, no seu conjunto, têm reportado quedas de preços menos intensas que os mediadores imobiliários.
Ao mesmo tempo, o mercado de arrendamento continua a beneficiar, em parte, das quedas nas vendas. Dadas as restrições de acesso ao financiamento para compra de casa, as famílias têm optado por arrendar.
Assim, a procura por parte dos arrendatários tem-se mantido firme esperando-se que as transações no mercado de arrendamento continuem a aumentar ao longo dos próximos 12 meses.
No entanto, as rendas têm caído e as expectativas têm-se mostrado bastante negativas. Tal pode refletir um excesso de oferta, se bem que as limitações no acesso ao crédito podem também constituir um problema. Existe ainda alguma evidência de um desajustamento entre a oferta e a procura.
Segundo Ricardo Guimarães, Director da Ci, “Os mediadores inquiridos indicam que existe ainda alguma incerteza no mercado quando à nova lei das rendas, havendo necessidade de aumentar o nível de informação. Existe ainda algum receio do lado dos investidores que deve ser combatido. A isso junta-se a pressão vinda do mercado de trabalho, pressionando as rendas para baixo.”
Já, Josh Miller, Economista Sénior do RICS afirma: “Em Portugal, a queda dos preços das casas continua a ser impulsionada pela fraca procura que se apresenta mais preocupante que o excesso de oferta. A elevada taxa de desemprego (17,6%) e a redução na concessão de crédito são alguns dos fatores que contribuem para a menor realização de vendas, redução da qual o mercado de arrendamento continua a beneficiar. Posto isto, os resultados do inquérito em Fevereiro apresentaram alguns aspetos positivos para o sector de vendas, com a estabilização das novas instruções de compra e o aumento da confiança.”
Fonte: Confidencial Imobiliário
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