10 março 2013

Hotel Campo Real pode reabrir até ao final do mês


O presidente do Turismo do Oeste acredita na reabertura rápida do complexo turístico de Torres Vedras, que fechou por decisão do administrador de insolvência.

O hotel Campo Real, que a 2 de março fechou as portas, poderá reabrir até ao final do mês de março, adiantou ao Expresso António Carneiro, presidente do Turismo do Oeste. 

O hotel foi encerrado por decisão do administrador de insolvência, um processo que se arrasta desde julho de 2011. A insolvência do Campo Real foi pedida pelo grupo proprietário Orizon, face às dívidas de 61 milhões de euros do projeto. O principal dos 460 credores é o BCP, que no final de 2012 transferiu os créditos para o fundo Discovery da Explorer.

A decisão de fechar o Campo Real foi tomada na última comissão de credores a 28 de fevereiro. O fundo Discovery da Explorer, que se tornou no principal credor do complexo, garante a "intenção de reabrir o hotel o mais rapidamente possível".

"Não estou pessimista. O principal credor é o BCP e já encontrou um fundo que vai gerir o empreendimento. O hotel estava asfixiado com a dívida e quando esse problema for resolvido pelo BCP, poderá encontrar-se uma solução. O hotel pode até reabrir antes do final do mês de março. Acredito que no final da próxima semana já se saiba se existem ou não entraves para que se dê inicio ao processo de reabertura", admitiu António Carneiro.

A comissão de credores decidiu também despedir 77 dos 97 trabalhadores do Campo Real, mantendo-se os restantes 20 em funções para garantir a manutenção de áreas chave do complexo turístico, com destaque para o golfe.

Segundo Miguel Inácio, representante dos trabalhadores na comissão de credores, os despedimentos foram decididos em comum acordo com os trabalhadores, sendo esta a única forma de estes recorrerem ao subsídio de desemprego uma vez que decorre o processo de insolvência.

"Já não havia capacidade de tesouraria para pagar os salários", refere Miguel Inácio, adiantando que os despedimentos são apenas temporários até o processo de insolvência se resolver, tendo sido dadas garantias que os trabalhadores do Campo Real têm direito de preferência quando o empreendimento reabrir.

A chegada de um novo investidor é também aguardada com expetativa, e para Miguel Inácio um sinal positivo está no facto de se terem mantido 20 trabalhadores para manter o golfe e todo o complexo em condições operacionais. "Quando o novo dono chegar, tem o hotel pronto a funcionar", garante Miguel Inácio, frisando que mesmo tendo sido despedidos, os trabalhadores continuam a zelar pelo complexo.

Miguel Inácio sublinha ainda a força dos trabalhadores em todo este processo, e "o cuidado em arranjar alternativas e causar o mínimo transtorno possível" aos hóspedes que estavam no hotel quando foi decretado o fecho, no dia 2. Os hóspedes foram reencaminhados para outros hotéis na região, e a maioria ficou no Royal Óbidos & Spa.

Apesar do Campo Real estar em processo de insolvência desde julho de 2011, o complexo turístico continua a trabalhar com operadores turísticos nacionais e internacionais, tendo este ano 51 torneios de golfe agendados.
Fonte: Expresso

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