21 março 2013

Investidores imobiliários querem a Alemanha


O mercado alemão é o mais atrativo para os investidores imobiliários europeus em 2013. Londres surge como a cidade mais apelativa, pelo segundo ano consecutivo, revela o estudo "Real Estate Investor Intentions", da CBRE.
A Alemanha é o principal destino para os investidores imobiliários europeus no corrente exercício, enquanto Londres se destaca como a cidade mais atrativa, pelo segundo ano consecutivo, de acordo com o mais recente inquérito da CBRE, "Real Estate Investor Intentions". A análise conclui que o mercado germânico é o mais atrativo em termos de investimento na Europa para mais de um terço dos investidores (35%), uma subida de popularidade face aos 27% aferidos no inquérito de 2012. O Reino Unido é o segundo mercado mais atrativo, selecionado por 24% dos respondentes.

Os mercados da Europa Central e de Leste são escolhidos por 14% dos investidores, por comparação com os 19% do ano passado. A maioria dos investidores que optam por esta região considera a Polónia o mercado mais atrativo para aquisições, com reduzido interesse em mercados noutras localizações na zona. A escolha do mercado polaco por 10% dos inquiridos ultrapassa a França, Espanha e Países Nórdicos, tendo cada um destes mercados sido escolhido por 5 a 6% dos investidores. A pontuação de Espanha (6%) representa uma melhoria face a 2012, enquanto Itália caiu para 2%.

Londres atrai fluxos internacionais
Tal como no inquérito do exercício transato, Londres é nomeada cidade prioritária para os investidores na Europa, com 31% dos votos. Reforçando este facto, no ano passado a capital britânica registou o seu volume de transações mais elevado desde 2007, com as aquisições dominadas pelos investidores internacionais. Esta atração deve muito à dimensão e liquidez do mercado de investimento de Londres, com o estatuto de "destino seguro" a contribuir para atrair fluxos de capitais internacionais, refere a CBRE.

A Alemanha não apresenta uma cidade única dominante, havendo no entanto quatro que integram o top 10 das escolhas para investimento. Munique ocupa o 2.º lugar (16%), seguida por Berlim, no 3.º, Hamburgo surge no 7.º e Frankfurt no 8.º, com as quatro cidades germânicas a reunirem 34% dos votos, por comparação com os 21% de 2012.

Paris ocupa a 4.ª posição; Varsóvia a 5.ª, o que reflete o interesse de investimento em oportunidades no mercado polaco, sustentado pelo desempenho económico relativamente favorável. De acordo com a CBRE, a presença de Dublin no top 10, no 6.º lugar, "é digna de nota e reflete a perceção dos investidores quanto ao valor e potencial de recuperação deste mercado, suportada pela constatação de que a Irlanda está a caminho da superação das dificuldades económicas". A inclusão de Madrid na 9.ª posição também "sugere maior confiança no potencial de recuperação do mercado imobiliário espanhol".

Concentração na Europa do Norte
Peter Damesick, chairman do departamento de research da região EMEA da CBRE, afirma que "as intenções dos investidores para 2013 continuam a formar-se com base em perceções do risco de mercado e da relativa força dos indicadores da economia em diferentes partes da Europa". Os mercados "mais privilegiados para aquisições mantêm-se fortemente concentrados na Europa do Norte, em particular na Alemanha, Reino Unido e Polónia". O responsável acrescenta que os investidores "ainda se mantêm cautelosos relativamente aos mercados do Sul da Europa, apesar de haver indícios de que Espanha começa a atrair interesse renovado". E "a convicção de que a economia da Irlanda está a recuperar tem estimulado o interesse em Dublin, o que pode ser um prenúncio positivo para outros mercados europeus conturbados, logo que apresentem sinais mais claros de potencial de recuperação".

No inquérito de 2012, as três ameaças mais citadas para a recuperação do mercado imobiliário europeu foram a impossibilidade de os investidores acederem a novos financiamentos, a recessão económica e o desmembramento da Zona Euro. Este ano, a recessão económica é considerada a maior ameaça à recuperação do mercado por quase metade (47%) dos investidores. O desmembramento da Zona Euro é selecionado como a maior ameaça por apenas 9% dos inquiridos, uma descida face aos anteriores 24%. A preocupação quanto à disponibilidade para financiamento enquanto ameaça à recuperação é referida por metade dos inquiridos (14%) em comparação com o ano passado.

Peter Damesick refere que, "embora a recessão seja uma preocupação chave, o receio do desmembramento do euro reduziu, e o impacto geral da crise da Zona Euro na atividade de investimento parece ter diminuído".
Apesar do quadro económico difícil, "há indicadores de um ambiente de maior confiança entre os investidores imobiliários europeus, por comparação ao estado de espírito de há um ano". Para o executivo, "resta saber se esta situação pode ser afetada por novas incertezas no seguimento dos resultados das eleições italianas, mas as conclusões do inquérito dão-lhe um enquadramento de acordo com várias tendências emergentes no mercado nos últimos meses". Adianta ainda que "estas tendências incluem sinais de maior liquidez global e mais transações em imobiliário não prime e em determinados mercados europeus periféricos. Prevê-se que estas tendências continuem e conheçam aceleração em 2013".

O documento revela também alterações nas preferências dos investidores entre os diferentes setores do mercado imobiliário. Tal como em 2012, os escritórios são o setor preferido para aquisições, tendo sido escolhidos por 29% dos inquiridos. Regista-se uma acentuada subida da popularidade do imobiliário logístico este ano, com 20% a selecionarem o setor como o mais atrativo para aquisições, face a 14% em 2012. Em contrapartida, este ano os investidores mostram-se mais cautelosos em relação ao imobiliário de retalho (centros comerciais ou armazéns de retalho).



Fonte: OJE

0 comentários:

Enviar um comentário

Obrigado pelo seu comentário.