10 março 2013

Investimento em imobiliário bate no fundo. Nem a sede da EDP se vende


A EDP está com dificuldade em vender a sede do Marquês de Pombal, edifício que deverá abandonar já em 2014 quando as novas instalações na Avenida 24 de julho estiverem concluídas.
O emblemático prédio mesmo no centro de Lisboa chegou a ter dois investidores interessados, um deles asiático, mas ambos recuaram. E depois optou-se mesmo por parar a operação por causa da atual situação do mercado e da economia nacional, tendo sido retomada no início deste ano na expectativa de um regresso dos investidores.

"Há interesse por parte de alguns investidores internacionais, que pode resultar numa maior dinâmica", disse o responsável da área de investimento da Cushman & Wakefield Luís Rocha Antunes, acrescentando ainda que os ativos imobiliários estão uns 30% mais baratos.

Contudo, tendo em conta o panorama do setor e o preço que pedem pelo imóvel da EDP - mais de 60 milhões -, não se prevê uma tarefa fácil.

É que, em 2012, o investimento em ativos imobiliários em Portugal foi de apenas 108 milhões, o mais baixo dos últimos 12 anos e muito longe dos 1,2 mil milhões de euros de 2007, segundo a consultora imobiliária Cushman & Wakefield.

Acresce ainda o facto de que há menos empresas a arrendar espaços e que as rendas dos escritórios localizados em zonas prime, como é o caso do Marquês de Pombal, desceram dos 21 para os 18,5 euros por metro quadrado e por mês.

Ora, quem comprar o edifício da EDP no Marquês vai ter de o arrendar, porque o objetivo é obter dele rendimentos, mas havendo poucos inquilinos disponíveis no mercado há também menos investidores interessados na sede da EDP.

É por isso que, uma das soluções para acelerar esta operação pode passar por a EDP manter alguns serviços na atual sede, pagando uma renda ao novo proprietário. Assim, em vez de ficar a ocupar apenas a sede na 24 de julho e ainda um prédio também a construir de raiz em Cabo Ruivo, a EDP ficaria no edifício do Marquês, até porque a obra em Cabo Ruivo está, de momento, parada.

Contudo, fonte oficial da companhia garantiu ao Dinheiro Vivo que "a EDP não alterou a sua estratégia e continua no mercado a procurar vender os imóveis", abandonando-os em definitivo.

Além da sede no Marquês, a EDP mandatou, o ano passado, a consultora imobiliária CBRE para vender mais dois edifícios, um na avenida José Malhoa e outro na Camilo Castelo Branco, estando a pedir cerca de 105 milhões de euros pelos três. Este valor é quase o dobro dos 56 milhões de euros que a EDP está a investir na sede na 24 de julho.

O edifício do Marquês não é o único com dificuldades. Em 2009, a primeira Torre do Colombo foi vendida por 70 milhões, totalmente ocupada, mas a segunda, que ficou pronta no início do ano passado, deveria estar agora à venda, mas os proprietários - Sonae Sierra, CGD, Iberdrola e a ING - desistiram da operação porque o edifício ainda não está todo arrendado, mesmo já depois de terem descido as rendas. 
Fonte: Dinheiro Vivo

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