Antes de “vender” o Algarve no exterior era necessário criar as estruturas de apoio necessárias para que quem compra uma casa de férias no Algarve não se sentisse defraudado com o resultado. Esta situação é, especialmente, pertinente quando a aposta passa pelo turismo sénior, tendo em conta que este segmento de turistas necessita de condições de hospitalidade que na maior parte das regiões do Algarve não estão criadas. Esta opinião é partilhada por quem trabalha e conhece a região.
Daniel Cruz, sócio-gerente, da Cruz e Mendes, mediadora que integra a rede Comprar Casa, considera que antes de vender as casas deveríamos pensar em criar as condições. Em primeiro lugar a nível de saúde, que apesar de ter melhorado nos últimos tempos - fruto especialmente dos investimentos privados -, continua muito deficitária. Mas há outros. Deficiências a nível de águas e saneamento, a nível de acessibilidade, dos arruamentos e passeios irregulares e, muitas vezes, perigosos. Para além disso, “não há uma política e estratégia para ocupar as pessoas, criar programas de divulgação da nossa cultura, do património, dos produtos da região, como o vinho”.
Na opinião de Daniel Cruz, no caso de Silves, o segundo concelho do Algarve onde residem mais estrangeiros, deveria haver uma maior aposta na divulgação das suas potencialidades, tendo em conta o valor do seu património e o misticismo em torno do castelo e da presença dos Mouros, do centro da cidade, que se encontra muito bem conservado, mas vazio.
Embora Portugal esteja a “vender” aos estrangeiros, essencialmente, as zonas de sol e o mar, a verdade é que muitos deles depois de conhecerem esta realidade “procuram lugares mais genuínos e gostam muito do interior do Algarve”. Segundo Daniel Cruz, há casais de estrangeiros que compram numa primeira fase em zonas turísticas e depois de conhecer o interior do Algarve optam por estas zonas.
Fonte: Público
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