25 abril 2013

Grande Porto com procura de espaços de logística e aumento de rendas


O segmento de logística e industrial apresenta atualmente uma situação inédita no Grande Porto em comparação com a zona da Grande Lisboa. 
“Um novo movimento de procura no Grande Porto onde as rendas praticadas nos espaços prime chegaram mesmo a ser mais elevadas que as verificadas na Grande Lisboa, pode ser um reflexo desta alteração de paradigma”, refere um estudo publicado, em Março, pela Cushman & Wakefield (C&W) que uniu-se à revista Logística Moderna para a elaboração de um inquérito aos operadores logísticos ativos no mercado nacional. 

Assim, de acordo com o estudo Atlas dos Operadores Logísticos, “a existência de uma maior atividade industrial no Norte do país, bem como a maior proximidade a pontos de expedição de mercadorias para o exterior, como são o Porto de Leixões, a linha ferroviária do Norte ou as várias auto-estradas que ligam o Norte do país a Espanha, podem explicar esta maior procura de armazéns na região do Grande Porto”.

Contudo, o estudo da C&W alerta que, porventura, “será ainda cedo para se registar de forma evidente esta alteração no setor imobiliário industrial em Portugal mas, o facto de se ter vindo a verificar uma menor procura para grandes espaços na área metropolitana de Lisboa e, em contrapartida, um novo movimento de procura no Grande Porto, pode ser um reflexo desta alteração de paradigma.”

Otimismo face ao futuro

No estudo, baseado num conjunto de questões que foram colocadas aos empresários, a C&W constata que a componente imobiliária continua a ter uma importância estratégica dentro da atividade logística, dado o peso que a localização, qualidade e custos de ocupação das instalações tem para os seus ocupantes. “Embora a generalidade dos operadores acuse o impacto negativo da atual conjuntura económica nacional, verifica-se algum otimismo face ao futuro, com crescimento inclusive nos volumes de faturação”, refere.

A consultora destaca que as correções ao longo dos últimos anos no saldo da balança comercial, com quebra nos volumes de importações e aumento das exportações, estarão igualmente a ter impacto na atividade logística em Portugal, dado que o volume de bens a entrar no país envolve uma necessidade de armazenamento de mercadorias maior em comparação com os bens a sair. Simultaneamente implica, também, alterações nos centros geográficos da distribuição e, consequentemente, roteiros percorridos, dada a menor distribuição de bens pelos centros de consumo e aumento, em contrapartida da expedição de mercadorias para o exterior. “No que se refere às expectativas de evolução futura da atividade do setor, foi surpreendente o relativo otimismo da maioria dos inquiridos, embora reconheçam o impacto da atual crise económica na sua atividade”, refere estudo.

Autarquias do Norte dão incentivos às empresas


“O segmento de logística e industrial apresenta uma dinâmica muito interessante, havendo várias multinacionais interessadas em instalar-se, especialmente em zonas como Maia, Famalicão, Braga e Viana do Castelo. Uma situação que se deve, também, ao conjunto de incentivos que as autarquias estão dispostas a oferecer para acolher as empresas”, salientou, recentemente, João Nuno Magalhães, diretor geral da Predibisa, em entrevista.

Um desses casos é Viana do Castelo, “um município que pretende afirmar e consolidar os atuais clusters empresariais”, de acordo com o boletim informativa da autarquia. Assim, das medidas e incentivos ao acolhimento empresarial, destaca-se o apoio e o acompanhamento dos projetos de investimento e dos processos de licenciamento; a bonificação dos preços de cedência de terrenos; a execução de obras de infraestrutura ou de ampliação/requalificação; as isenções parciais e totais das taxas de urbanização e edificação dependendo do número de postos de trabalho a criar.

Fonte: Público

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